Dyego impõe a lei da bomba
Um tiro do brasileiro resolveu um jogo complicado
Abel: “Tivemos de ser sérios e rigorosos”
Com Paulinho ainda longe da forma ideal, Abel Ferreira teve de recorrer aos serviços do melhor marcador do campeonato e Marafona ainda precisou de mostrar serviço O carácter do Braga foi realmente posto à prova em Felgueiras, num palco fervilhante das bancadas ao relvado. O prolongamento chegou a ser uma forte possibilidade e semelhante proeza deve passar afigurar no cartão de apresentação dos bravos jogadores comandados por Ricardo Sousa, que se transformaram, mais por mérito do que por encanto, numa verdadeira equipa de primeira para bater o pé ao Braga, quando, na realidade, disputam o Campeonato de Portugal. O nulo foi-se arrastando e só se desfez muito perto do fim, quando já se começava a esgotar a paciência dos adeptos bracarenses, graças a um pontapé do outro mundo de Dyego Sousa, desferido a pelo menos 25 metros da baliza. Valeu esperar por semelhante momento mágico, porque até ali pouco ou nada se vira daquele Braga encantador que não deixa ninguém indiferente, a fazer lembrar um unicórnio vindo do País das Maravilhas.
De regresso a Felgueiras, onde parece não haver espaço para a fantasia, a equipa de Abel Ferreira passou por um mau bocado e até Marafona se viu obrigado a esticar-se na baliza para defender um perigoso remate de Tojó, já na pequena área. Foi talvez o clique para Abel Ferreira perceber que convinha acrescentar maior poder de fogo, depois de ter apostado numa equipa híbrida, a incluir alguns dos jogadores menos utilizados, como Eduardo, Palhinha, Fransérgio e Luther Singh, para além de Paulinho, ainda a ganhar ritmo competitivo depois de perdido muito tempo por causa de uma lesão. Num ápice saltaram para o relvado Claudemir e Dyego Sousa e o Braga lá melhorou, tornando-se mais prático e objetivo, depois de se ter revelado demasiado complicado no primeiro tempo, salvando-se desse período somente Fransérgio e Fábio Martins. É que nem sempre chega ter mais tempo de posse de bola, mais remates e mais cantos.