O Jogo

“LUTAMOS PELO PAÍS”

A jogadora do Benfica e principal destaque da Seleção Nacional de sub-19 nos Jogos Olímpicos da Juventude, partilha o protagonis­mo da conquista com as colegas

- MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

A universal do Benfica foi a melhor marcadora da competição que se realizou na Argentina. A atleta de 18 anos marcou 21 golos, quatro deles na final, no triunfo por 4-1, contra o Japão

A Seleção Nacional sub19 de futsal feminino subiu ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos da Juventude, que se disputaram em Buenos Aires (Argentina). Num conjunto forte, liderado por Luís Conceição, destacou-se Fifó, universal que apontou os quatro golos portuguese­s na final contra o Japão (4-1) e foi a melhor marcadora da competição, com 21 golos. A O JOGO, a futsalista do Benfica, de 18 anos, dissecou esta conquista e falou um pouco sobre a carreira, na qual quer continuar a ganhar títulos com a camisola de Quinas, a começar pelo campeonato da Europa, agendado para fevereiro, em Gondomar.

— Qual foi o segredo desta conquista olímpica?

Foi o crer e muito sacrifício. Sabíamos que não era fácil, fizemos uma viagem de 12 horas muito cansativa e, para além dos jogos, continuámo­s a treinar na Argentina. Além disso, havia o fuso horário e a comida. Mas reagimos bem, nada nos afetou e estamos felizes por termos conseguido um feito histórico.

—Como foi a festa?

Desfrutámo­s ao máximo. Quando o jogo acabou, a maioria das jogadores ainda não acreditava nesta vitória com a camisola de Portugal vestida. Sabíamos que, ao ganhar isto, podíamos contribuir para que o futsal se torne uma modalidade olímpica no futuro.

— Esta vitória foi a prova de que o futsal feminino está a evoluir em Portugal?

Sim e esta conquista foi muito importante para divulgar e conseguir mais apoios para o futsal feminino. Temos estado a evoluir de geração para geração e este troféu mostra que temos tanta ou mais qualidade do que os rapazes.

— Foi a melhor marcadora da competição e apontou os golos portuguese­s na final. Sente-se uma heroína?

Não, não sou heroína. Sobretudo, sinto-me realizada, era um sonho de todas nós, uma conquista muito diferente das que costumámos ter. Estivemos nos Jogos Olímpicos da Juventude e pudemos lutar pelo nosso país, com aquela camisola vestida, não há nenhuma jogadora que não goste destes momentos. Fico feliz por contribuir com golos e assistênci­as para a minha equipa, mas claro que isso fica sempre para segundo plano. O importante é que o coletivo esteve bem e conseguimo­s os objetivos.

— Quando viajaram para a Argentina, o objetivo era trazer a medalha de ouro?

Desde o início que queríamos de trazer uma medalha e sabíamos a cor da mesma. Ia ser uma conquista difícil, tínhamos de estar muito unidas, porque apanhámos equipas que nos colocaram à prova. Houve resultados volumosos, mas nós é que tornámos esses jogos fáceis e acho que esse foi o segredo da equipa.

— Em fevereiro, Portugal vai organizar a final-four do campeonato da Europa. Acredita que se pode festejar nova conquista?

A Seleção Nacional, onde quer que entre, entra para ganhar. Sabemos que as outras seleções também têm valor, mas não há equipas imbatíveis e queremos muito dar mais uma alegria aos portuguese­s.

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Fifó tinha os familiares e amigos à espera, no aeroporto Humberto Delgado, aquando da chegada da seleção

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