O Afonso Henriques também joga
Atualmente, o Braga apresenta o dobro da capacidade de investimento do V. Guimarães. O dérbi visto em números...
Ambiente no estádio do Vitória foi tema para os dois treinadores
Luís Castro: “Em casa,
somos um bocadinho
mais favoritos”
Abel: “Temos de
canalizar provocações
e assobios para o jogo”
Apesar do crescimento sustentado evidenciado pelas duas SAD nos últimos anos, que até já serve para se assumir o “sonho do título”, o Braga continua a superiorizar-se na vertente financeira
Um jogo entre o V. Guimarães e o Braga sempre apaixonou as gentes do Minho, ainda que nos últimos anos tenha vindo a conquistar uma dimensão cada vez mais nacional. O dérbi ganhou mediatismo e os clubes ambição, muito por culpa do trabalho, mas também de um discurso mais afirmativo, dos dois presidentes, Júlio Mendes e António Salvador. No jogo das palavras, o líder arsenalista foi o primeiro a anunciar o “objetivo” da conquista do título até 2021, ano do centenário do clube, numa ideia recentementeacompanhadaporJúlio Mendes, à boleia da última campanha eleitoral. “O sonho de todos os vitorianos é um dia sermos campeões nacionais”, afirmou o presidente vitoriano, num desejo que começa a ganhar força em Guimarães.
Apesar disso, os resultados desportivos das últimas épocas mostram que o Braga já consegue ameaçar com relativa frequência os três grandes, numa tese certificada até pela atual liderança do campeonato, enquanto o V. Guimarães ainda continua à procura que essa aproximação ao topo se faça de uma forma mais consistente. No entanto, não há como negar a evidência: o Braga tem sido, no plano desportivo, bem mais forte do que o seu histórico rival ao longo deste século, ainda que não seja só dentro do campo que essa superioridade se tenha feito notar.
A SAD arsenalista, constituída em 1998, apresenta na atualidadeumapujançafinanceira substancialmente superior à do V. Guimarães, que só apareceu em 2013, pela mão de Júlio Mendes. É verdade que nem sempre os resultados desportivos se ligam à capacidade de investimento numa equipa de futebol, mas é ainda mais verdade que os clubes com mais dinheiro são, na maior parte das vezes, os melhores em campo. Nesse aspeto, a SAD do Braga está mais preparada para apostar no “sonho” de conquistar o título a curto/médio prazo, mesmo que a comparação de orçamentos para os três grandes
continue a revelar uma enorme diferença.
No entanto, em dia de dérbi importa olhar, sobretudo, para a situação financeira das SAD de V. Guimarães e Braga, partindo da análise detalhada aos relatórios e contas da época 2017/18. Neles, percebe-se que os gastos totais dos arsenalistas com pessoal – a chamada estrutura – são mais do dobro do que os apresentados pelo seu rival (18 milhões de euros contra 8,8), estando aí incluídos os ordenados dos jogadores. O Braga, por exemplo, gastou 10,2 milhões de euros comoplantel que garantiu a melhor pontuação da história do clube – apesar disso, só deu para ficar no quarto lugar do campeonato... –, enquanto o V. Guimarães despendeu 5,7 milhões de euros em ordenados para ficar na nona posição da I Liga. Como se pode facilmente constatar no gráfico apresentado aqui em cima, as diferenças entre as duas sociedades na capacidade para investir são grandes (31 milhões do Braga, 15,8 do V. Guimarães, excluindo as transferências), numa situação diretamente ligada às receitas que ambas conseguem garantir.
Fora do campo, o Braga é mais forte, financeiramente mais pujante, mas esta noite, lá dentro, tudo se resumirá à inspiração dos jogadores e treinadores. Venha de lá essedérbi.