O Jogo

Defesas no centro

- Manuel Queiroz

C oates ontem, Militão anteontem, Conti na terça-feira – os defesascen­trais das equipas portuguesa­s falharam cortes fáceis e as suas equipas foram punidas com golos, decisivos porque únicos para Benfica e Sporting. A arte do defesa-central é muito falível e parecida com a dos guarda-redes: vinte cortes certos valem zero se falharem em lance que dá golo. É o triângulo da concentraç­ão máxima, porque os erros são letais. A maldição dos defesas-centrais que se abateu sobre as equipas portuguesa­s nesta jornada europeia é um sinal das dificuldad­es em competir ao mais alto nível, sem esquecer que Sokratis, do outro lado, podia ter sido expulso na primeira parte por agarrar Montero depois de falhar um corte de cabeça (embora eu achasse que devia ser mais amarelo, porque o colombiano não tinha a bola dominada e se ter deixado cair demasiado facilmente. Sem falta, como decidiu Skomina, isso não).

Este Sporting não pode jogar aberto frente a uma equipa de golo fácil como é o Arsenal. Sem Raphinha, Bas Dost, Mathieu, depois também sem Ristovski, faltava velocidade e faltavam referência­s

O Arsenal ganhou pela primeira vez em Portugal, continua a sua série de vitórias – vai em onze – e fez uma segunda parte de alto nível. José Peseiro jogou com três médios-defensivos, uma equipa compacta mas contraída (e por isso os jogadores amiúde demoravam muito até chegar perto de Montero), de tração atrás e que gastou muita gasolina na primeira parte. Vários adeptos no final, ouvidos pela SIC, criticavam o treinador, mas não tinham muita razão (de resto, no estádio tinha havido aplausos). Este Sporting não pode jogar aberto frente a uma equipa de golo fácil como é o Arsenal. Sem Raphinha, Bas Dost, Mathieu, depois também sem Ristovski, faltava velocidade e faltavam referência­s. Renan fez alguns milagres e parece-me francament­e de uma dimensão que Salin nunca terá. Nani, o capitão, tentou mostrar-se, teve um grande remate, mas por vezes devia ter jogado com a equipa e não para ele. Perder nunca é bom, ainda para mais em casa, mas este grupo tem uma hierarquia muito clara. Ou seja, o Sporting deve apurar-se como segundo classifica­do, pelo menos com 12 pontos, ganhando a quem tinha que ganhar, ou seja Qarabag e Vorskla.

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