PORTUGAL FICA SEM LABORATÓRIO
Análises de provas internacionais terão de ser feitas fora. Secretário de Estado não esperava a decisão drástica da AMA
Após sucessivas suspensões e um investimento de mais de um milhão de euros, para corresponder aos padrões internacionais, laboratório de Lisboa foi revogado pela Agência Mundial Antidopagem
Suspenso há mais de dois anos e, por isso, sempre na mira da Agência Mundial Antidopagem (AMA), o Laboratório de Lisboa (LaB) perdeu, de vez, a credenciação, ficando impedido de fazer controlos internacionais de uso de substâncias proibidas. Assim, as recolhas em provas de carácter internacional (como jogos da UEFA, Volta a Portugal e campeonatos europeus ou mundiais de outras modalidades) serão enviadas para laboratórios estrangeiros como Barcelona, Colónia e Gent, o que já acontecia. Em comunicado, a AMA justificou a decisão drástica com o facto de estar insatisfeita com os resultados de uma inspeção realizada ao espaço, suspenso pela primeira vez em 2016. Na altura, faltavam técnicos, equipamento adequado e autonomia face à Autoridade Antidopagem de Portugal( A Do P ). Inicialmente de seis meses, a suspensão foi depois prolongada por um ano e, posteriormente, ainda foi da domais algum tempo ao laboratório lisboeta para retomar a normalidade, o que, segundo a AMA, não aconteceu, mesmo estimando-se que tenha havido um investimento de mais de um milhão de euros para que o LaB recuperasse o estatuto. “O Laboratório de Lisboa ainda não está a operar ao nível exigido”, comunicou a agência internacional.
Apanhados de surpresa, o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD) asseguram que tomaram todas as medidas para corrigir erros passados. Esta última, nas palavras do secretário de Estado João Paulo Rebelo, considera fazer agora um recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto, lembrando que, em setembro de 2017, uma comissão disciplinar independente considerou que o LaB estava “em condições” e sublinhando que a AMA tem como estratégia reduzir o número de laboratórios.
“Uma comissão disse que estamos em condições. Parece que não lhes agradou a decisão [à AMA]” João Paulo Rebelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto
“Alargámos a equipa, trouxemos pessoas altamente qualificadas, comprámos equipamentos novos” Vítor Pataco Presidente do IPDJ