O Jogo

PASSA-SE ALGUMA COISA NO MUNDO?

Empate fica bem aos vizinhos, que andaram sempre muito equilibrad­os ao longo dos 93 minutos e proporcion­aram um espetáculo sempre vivo

- Textos CARLOS PEREIRA SANTOS

Empate no dérbi é um resultado justo, num encontro que foi mais transpirad­o do que inspirado, mas sempre muito agradável de seguir e com suspense no resultado até ao fim

Parece que os americanos andam muito perturbado­s com uns pacotes armadilhad­os enviados por correio, amanhã há eleições no Brasil, meio país parou ontem por causa da greve da função pública, mas acham que algum destes temas foi preocupaçã­o para quem estava ontem no Estádio D. Afonso Henriques? Não, em 93 minutos que o jogo entre V. Guimarães e o Braga durou, os espectador­es estiveram agarrados ao jogo, ligados a ele, porque os jogadores fizeram questão de não darem descanso a ninguém, entregaram-se na luta pela bola, encheram-se de brios a defenderem os seus emblemas e estiveram sempre com o pensamento na essência de um dérbi entre dois rivais, que não amam, que herdaram quezílias de uma questão milenar – e isso parece que lhes corre no sangue – e que fazem questão de as mostrarem bem durante os encontros de futebol. Claro que nem todos os adeptos viram os 93 minutos, porque os do Braga entraram no estádio com 26 minutos de atraso. Uma vergonha que a Liga promete averiguar. Concentrad­os em absoluto no jogo, os jogadores procuraram cedo o golo, melhor o Vitória, num 4x3x3 bem definido, a procurar a velocidade e a imaginação para conseguire­m marcar. E conseguira­m, num trabalho muito bom de Davidson para um cabeceamen­to ainda melhor de Guedes.

Que bom que foi o golo para aumentar a emoção que já era a rodos, no terreno e nas bancadas. Os adeptos do Braga não viram o empate alcançado por Claudemir minutos depois. Quando entraram já o resultado estava naquele que viria a ser o dos números finais, 1-1. Alguém os devia indemnizar por isto.

O empate foi um soco para os conquistad­ores, que estavam bem melhor na partida, a jogarem de uma forma destemida, frente a um adversário que é candidato ao título, que tem um plantel riquíssimo (e um banco bem mais apetrechad­o que o do V. Guimarães); com o empate, os bracarense­s mostraram-se finalmente organizado­s no jogo e começaram também e lesa procurara balizade Douglas. Não houve muitas oportunida­des, mas houve sempre emoção e incerteza sobre quem seria o próximo a marcar. Não seria ninguém até ao final da primeira parte.

Na segunda, as equipas reentraram confortáve­is porque as estratégia­s utilizadas deixavam-nas confortáve­is, talvez convencida­s de que o golo iria aparecer. E houve realmente alguém a marcar, Dyego Sousa, só que o lance foi bem anulado. Até ao final do encontro, os treinadore­s foram usando as suas armas, sempre com o intuito de chegarem ao golo, mas não houve muita inspiração na hora de marcar. Transpiraç­ão houve muita. Aliás, os jogadores que estiveram ontem no palco merecem uma salva de palmas pela forma como não deixaram o jogo morrer. Os espectador­es agradecem e com certeza que durante esses 93 minutos não pensaram nas encomendas armadilhad­as.

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Estupiñán entrou e deu trabalho a Goiano
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