O Jogo

UEFA TRAVA NOVAS IDEIAS DE INFANTINO

Organismo que tutela o futebol europeu está contra a entrega do Mundial de Clubes e a Liga das Nações a um fundo de investimen­to

- MANUEL QUEIROZ

O presidente do organismo que gere o futebol mundial tinha uma oferta que pagaria 21,9 mil milhões de euros durante 12 anos. Mas a oposição “europeia” de Aleksander Ceferin levouo a retirar a proposta

Gianni Infantino teve ontem uma derrota dura na reunião do Conselho da FIFA que se realizou em Kigali, no Ruanda, ao retirar de votação uma proposta que entregava o Mundial de Clubes e uma Liga das Nações mundial a um fundoque pagaria 21,9 mil milhões de euros durante doze anos. Uma derrota importante a menos de um ano das eleições na FIFA em junho, no congresso de Paris, a que Infantino já anunciou que concorrerá. A oposição da UEFA foi total, houve várias movimentaç­ões na noite anterior e o presidente da FIFA foi obrigado a retirar a proposta que tinha introduzid­o surpreende­ntemente na Ordem de Trabalhos. A posição do presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, que tem estado próximo dos principais clubes europeus, significav­a que Real, Man. City, Man. United não entrariam na prova, o que tornaria os 21,9 mil milhões de euros em nada. Houve momentos de tensão porque a UEFA chegou a ameaçar sair da reunião. EInfan tino, recorde-se, foi o anterior presidente do organismo que tutela o futebol europeu.

O que se conhece do plano é que um fundo, de que Infantino nunca revelou a origem do capital, daria 11,3 mil milhões para o Mundial de Clubes e 10,6 mil milhões para a Ligadas Nações: na primeira pagar-seia cem milhões por jogo a cada clube e o campeão teria de fazer quatro jogos (na Champions o vencedor pode ganhar 170 milhões ). Uma enormidade. Um pormenor importante: o fundo paga e fica a mandar em tudo, o que nunca aconteceu na história do futebol.

No quadro daFIF Apercebes e que todas asoutrasco­n federações tenham interesse numa prova destas, mas o peso da UEFA é muito grande. Fernando Gomes, presidente da FPF, que faz parte do Conselho da FIFA, esteve obviamente a favor das teses do organismo europeu, apesar de ter sido um grande apoiante de Infantino aquando da sua eleição.

Na conferênci­a de Imprensa após a reunião, Infantino reconheceu que tinha havido contestaçã­o e que havia um défice de debate que, espera, seja ultrapassa­do na ‘task force’ criada e que ele próprio presidirá. Também desvaloriz­ou o facto de não se conhecer a origem do dinheiro do fundo, por ‘questões de confidenci­alidade’ a que está obrigado. Mas é o banco japonês Softbank que está a financiar e o capital será americano e saudita – e ligações à Arábia Saudita, nesta altura, também não são grande cartão de visita.

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Aleksander Ceferin (à esq.) e Gianni Infantino (à dir.) estão em campos opostos

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