O Jogo

O jogador que nunca quis ser treinador de futebol

Ser treinador de futebol foi algo que nunca passou pela cabeça de Capucho enquanto jogador. No FC Porto lançaram-lhe o desafio e foi o contacto com os mais jovens que lhe mudou o pensamento

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Capucho passou muitos anos na formação portista, onde entrou em 2007, como adjunto nos Juniores C. Bem se pode dizer que subiu a pulso. Hoje, está emancipado. “Cortei o meu cordão. Tenho a minha identidade. Quando jogava futebol, aprendi muito naquela casa. Não queria ser treinador, mas aquela casa abriu-me as portas, deu-me a possibilid­adedeconvi­vercom os miúdos e senti que eles gostavam da mensagem que eu lhes passava. Foi isso que me levou a ser treinador. Também me dá prazer ver alguns jogadores, que passaram nas camadas jovens do FC Porto e noutras equipas que defrontei, atingirem patamares de seleção com excelente qualidade. Temos no território nacional malta com muita qualidade!”

Nas ambições de Capucho não entra a ideia de um dia ser treinador do FC Porto. “Não penso nisso. Quando estava na formação do FC Porto, dizia que o presidente criou treinadore­s à imagem dele. O FC Porto tem ambição internacio­nal e tornou-se um monstro, obrigando Benfica e Sporting a darem à perna para atingirem outro patamar. Com as limitações que tinha, o Sérgio Conceição fez um ótimo trabalho na época passada e ganhou quando ninguém esperava. A formação do FC Porto pode melhorar em muitos aspetos, enquanto o Benfica está a trabalhar bem e a lançar jovens. O Sporting ficou um bocadinho para trás. Muitas vezes tem de se começar do zero para que haja evolução.”

Capucho teve grandes mestres como treinadore­s, mas não se inspira em nenhum em especial.Detodosgua­rdaalgo. “ComFernand­oSantosapr­en- “O FC Porto tem ambição internacio­nal e tornou-se um monstro, obrigando Sporting e Benfica a dar à perna” di o lado exigente e metódico das coisas. Do míster José Mourinho retive o aspeto revolucion­ário dele, queria ser o melhor em todos os aspetos. Do Bobby Robson, a alegria que ele tinha a treinar e o sorriso que ele nos obrigava a ter para jogarmos melhor. O Jesualdo e o Carlos Queiroz foram os grandes mentores de novos métodos de treino, o António Oliveira marcou-me pela sua irreverênc­ia, dava liberdade completa para que a criativida­de surgisse. Mas quero criar a minha própria identidade. Já dei passos grandes. A identidade de um treinador tem a ver com a própria aplicação e com as capacidade­s dos jogadores”, rematou.

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