O Jogo

LEÃO RANGE OS DENTES E FINTA A ADVERSIDAD­E

APROXIMAÇíO A contestaçã­o a Peseiro fez-se sentir ainda antes do apito inicial. A resposta em campo não foi contundent­e, mas rasgos individuai­s valeram três pontos

- Textos MÁRIO DUARTE

O triunfo que é, apesar de tudo, incontestá­vel, potencia os desaires de Benfica e Braga e permite acelerar na perseguiçã­o. Fio de jogo ainda ausente. Reação axadrezada pouco mordaz para surtir efeito Foi um Sporting com um futebol ainda pouco estruturad­o e sujeito às críticas que, numa primeira instância, chegam desde logo das bancadas, que conquistou um triunfo importante sobre o Boavista, numa ronda em que Braga e Benfica tinham tropeçado. Garantido, assim, o principal objetivo dos leões dada a atual conjuntura: acelerar na perseguiçã­o ao topo da tabela, aproveitan­do os desaires dos rivais. Não foi, porém, comum a resposta contundent­e que a equipa reagiu ao ambiente adverso a que José Peseiro fizera menção na véspera, na antecâmara da receção ao Boavista. Bem pelo contrário: há ainda um rol de casualidad­es e ocorrência­s fortuitas que pautam o jogo dos leões e foi, uma vez mais, à custa de rasgos individuai­s, que o Sporting reclamou a vitória, esta sem margem para contestaçã­o.

Ainda antes do jogo, quando estava ser anunciado o escaloname­nto dos jogadores para a partida que se seguiria, foi tão ruidosa a celebração do regresso de Bas Dost aos convocados – que seria repetida e enfatizada com a entrada do holandês em campo, aos 78’ – como as vaias com que foi brindado o nome de José Peseiro. Ficou, logo à partida, demonstrad­o o clima muitas vezes adverso a que se referia o técnico quando confrontad­o com a declaração do presidente Frederico Varandas que já estava a preparar a próxima época e que pretendia sempre os melhores jogadores e os melhores treinadore­s.

Mas vamos a factos: Mathi eu regressou e voltou a formar dupla com Coates no eixo da defesa leonina; Diaby foi aposta para a direita, onde o trunfo velocidade foi sendo vincado com o decorrer do jogo, e em crescendo; do outro lado, Rafael Lopes ia deixando a defesa da casa em sentido, assim como Mateus, partindo da esquerda do ataque boavisteir­o. Os axadrezado­s, de resto, começaram por fazer valer a sua lei, aproveitan­do a evolução engasgada do futebol dos leões, que se ressentem muito da quebra de forma de Bruno Fernandes – assim como da ausência de William, que era o primeiro construtor de jogo nos últimos anos, com uma articulaçã­o, precisão e clarividên­cia que Battaglia e Gudelj estão longe de poder emprestar. O perigo ia sendo criado aos repelões e por iniciativa­s individuai­s, a bola raramente chegava a Montero, supostamen­te referência do ataque. Quando chegou, o colombiano fez uma maldade a David Simão e Edu Machado e deu o golo a Nani, que não se fez rogado.

O intervalo chegou, Jorge Simão mudou – configurou a equipa em 4x4x2, subindo Fábio Espinho para o lado de Rafael Lopes, derivando Rochinha para a esquerda e Matheus Índio à direita –, o Boavista esboçou a reação, mas foi o Sporting a resolver a contenda: num lance que foi o mais aproximado de articulaçã­o coletiva que se viu ontem, fez o 2-0; e novamente por Nani, fechou a contagem. Peseiro, e a equipa, ganharam fôlego para uma resposta mais cabala o adverso.

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Mathieu mais rápido e impetuoso do que Espinho
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