SUPER ÓLIVER
NÚMEROS DO MÉDIO FRENTE AO FEIRENSE SÃO ESMAGADORES
Sílvio, ex-companheiro no At. Madrid: “Está mais maduro e mais trabalhador”
Julen Calero, ex-adjunto de Lopetegui: “Intui melhor o jogo e disputa mais os duelos”
O médio ganhou a titularidade nos três últimos jogos, mostrando uma evolução comprovada pelos números e por quem com ele trabalhou, ou se cruzou nas diferentes competições nacionais
Óliver terminou o jogo contra o Feirense como melhor em campo e com uma das suas melhores exibições de dragão ao peito, senão a melhor mesmo. Só faltou o golo. A opinião generalizada é que o espanhol está diferente para melhor, apresentando um futebol mais maduro, equilibrado e agressivo. Os 11 desarmes e as 12 recuperações, somados aos 19 duelos ganhos dão uma ideia do desempenho do espanhol no meiocampo do FC Porto e são argumentos que sustentam a teoria de que o futebol de Óliver está mais completo. “Com Lopetegui a ideia de jogo era diferente da que tem Sérgio Conceição, mas hoje ele intui melhor o jogo e disputa mais os duelos do que antes, embora não seja um jogador muito dotado fisicamente. Está a cumprir melhor as exigências e fazendo isso tem mais possibilidades de jogar”, explicou a O JOGO Julen Calero, antigo adjunto de Lopetegui no FC Porto.
Depois da exibição realizada contra o Feirense, o futuro confirmará, ou não, o espanhol no onze inicial. “Talvez só agora esteja a assimilar as ideias do Sérgio Conceição”, argumentou Sílvio, ex-jogador do Atlético de Madrid, que partilhou o balneário com o espanhol no Vicente Calderón. “Nos últimos jogos, tem soltado mais e mais depressa a bola e acredito que faça parte da evolução dele e do trabalho que tem vindo a desenvolver com o Sérgio no FC Porto”, acrescentou o defesa que está sem clube.
As características ofensivas
Depois de ter sido titular na Taça de Portugal, contra o Vila Real, e na Champions, contra o Lokomotiv, Óliver voltou a ser aposta com o Feirense
de Óliver fazem dele um 10, funções que no sistema atual não são necessariamente preenchidas a cem por cento e isso também pode ajudar a explicar o porquê de ter andado desaparecido. “Por vezes, um treinadorquerumjogadorcom determinadas características, mas depois ele não consegue ajustar-se ao coletivo e no caso do Óliver pode ter acontecido isso, ou seja, pode estar só agora a conseguir fazer mais aquilo que o treinador lhe pede naquelas funções. Trabalhou mais a nível defensivo e, sobretudo, mais para a equipa no equilíbrio que deu no meiocampo”, argumentou Jaime
Pacheco, na análise feita ao desempenho do espanhol.
Julen Calero continua a seguir o FC Porto e a Liga portuguesa e comparou aquilo que era Óliver antes com aquilo que faz agora no meio-campo. “Por vezes, achamos que jogadores ofensivos como ele se destacam pelo futebol mais virado para a frente, mas depois verificamos que também se destacam pelo trabalho que fazem atrás, na ajuda defensiva e ele está mais inteligente na colocação em campo e isso tem ajudado a que ganhe mais bolas.” Os números do jogo confirmam [ver página a seguir]. A exibição promete alargar-lhe os horizontes. “Óliver não estava numa primeira linha de utilização regular, mas mais na disputa daquela terceira vaga do meio-campo, quando o Sérgio Conceição decidia jogar em 4x3x3, por exemplo, mas agora mostrou que vale mais do que isso”, acrescentou Manuel Machado, que destacou ainda aconcorrêncianomeio-campo como fator decisivo na disputa da titularidade. “Além da concorrência, que é forte, o sistema que se adota pode condicionar a sua utilização; continuo a achar que é mais uma questão de confiança”, juntou-lhe Miguel Leal, que o defrontou três vezes.