NANI FAZ O MELHOR ARRANQUE DE SEMPRE
Seis golos em 11 jogos são novo máximo
Diaby rende mais na ala
Na terceira passagem pelos leões, o internacional luso de 31 anos recuperou a alegria de jogar futebol e arrisca-se a bater o recorde de remates certeiros numa só época: os 12 marcados em 2014/15 e 2015/16
Contratação mais sonante dos leões para a temporada 2018/19 e bandeira da aposta no regresso de jogadores Made in Sporting, Nani tem conseguido estar à altura desse estatuto com números inéditos na sua carreira. Tal como o Vinho do Porto, o internacional português, agora com 31 anos, soube envelhecer com qualidade e, pela primeira vez desde os tempos em que saltou para a equipa principal dos leões, conseguiu marcar seis golos nos seus primeiros 11 jogos da temporada. Esta tem sido a receita ideal para “ressuscitar” de um ano para esquecer na Lázio – com três golos em 25 encontros – que, inclusivamente, lhe retirou a oportunidade de disputar o Mundial’2018 ao serviço da Seleção Nacional.
Foi precisamente o bis do último domingo, na vitória por 3-0 frente ao Boavista, que permitiu ao camisola 17 ultrapassar os cinco remates certeiros que levava em semelhante período no primeiro dos seus dois regressos ao Sporting, em 2014/15, e no seu segundo ano no Manchester United, onde, curiosamente, não mais marcaria até ao término da temporada. Desta forma, Nani está muito bem encaminhado para quebrar o seu recorde de golos numa só época: os 12 marcados em 2014/15 e 2015/16, com as camisolas de Sporting e Fenerbahçe, respetivamente.
A produtividade ofensiva acima da média pode ser explicada pela maior liberdade de chegada à área do internacional português. Essa tendência já existia antes da lesão e subsequente ausência de Dost, mas cresceu exponencialmente no período em que José Peseiro não contou com o goleador holandês. Necessitado de uma maior presença na área, o treinador contou com constantes chegadas do joga-
dor a zonas de finalização, e prova disso são os cinco golos apontados por Nani no interior da grande área e em posição central face à baliza adversária: um deles, frente ao Benfica, foi obtido de grande penalidade. A exceção à regra aconteceu na receção ao V. Setúbal, quando o camisola 17 marcou o primeiro dos seus dois golos através de um forte remate da fora da área, no lado esquerdo do ataque dos leões.
O clima de redenção na carreira estende-se à capacidade demonstrada pelo craque leonino de ultrapassar os espinhos que se atravessaram o seu caminho desde o início desta nova aventura em Alvalade. Castigado por José Peseiro com um jogo na bancada – frente ao Marítimo – após ter reagido mal à substituição no duelo com o Braga, Nani esteve na iminência de perder a braçadeira de capitão, mas conseguiu dar a volta a uma situação potencialmente incendiária com boas respostas em campo, que também “apagam” o registo de algumas vaias dos adeptos a si dirigidas quando, nos primeiros jogos, optava por ações individuais em vez de passar a bola aos colegas. A este recente reconhecimento dos adeptos também se somam elogios provenientes de vários quadrantes, com a UEFA a juntarse ao coro de aplausos ao extremo pela boa exibição frente ao Boavista. Através de uma publicação no Twitter, o organismo que rege o futebol europeu destacou a “força” de Nani diante dos axadrezados, com o camisola 17 a responder que se tem “sentido bastante bem” esta época.
Com golos marcados no campeonato e na Taça de Portugal, Nani ainda procura um hat trick a nível doméstico, embora este se adivinhe difícil, pois José Peseiro vai apostar em caras diferentes nos duelos a contar para a Taça da Liga. Na Liga Europa, o camisola 17 também ainda está em branco, mas compensou essa falta de pontaria ao ter um papel decisivo para desbloquear o difícil jogo frente ao Qarabag, em Alvalade: fez uma assistência perfeita para Raphinha, aos 54 minutos.
O 17 APROXIMOUSE DAS ZONAS DE FINALIZAÇÃO E LEVA CINCO GOLOS DENTRO DA ÁREA EM POSIÇÃO FRONTAL À BALIZA