JOGO DUPLO
MP quer seis prisões efetivas
Pedido afastamento do Leixões das competições por três anos
Ministério Público solicita o afastamento de competições desportivas de atletas, treinadores e dirigentes por um prazo que vai de seis meses a cinco anos. Advogados invocaram nulidade da prova
O Ministério Público (MP) apelou à condenação dos 27 arguidos do processo Jogo Duplo, relacionado com viciação de resultados na II Liga de futebol da época 2015/16. O pedido, nas alegações finais de um julgamento, que se iniciou a 22 de fevereiro, visa ser exemplar para quem “prevarica e fere a verdade das competições desportivas”, como explicou a procuradora Ana Cristina Vicente na sessão.
Para o MP ficou provada a viciação de resultados e associação criminosa, que deixa, assim, seis arguidos com o pedido de prisão efetiva – nunca inferior a um período de cinco anos. Aranha, membro da claque Super Dragões, o empresário Gustavo Oliveira e o extreinador do Freamunde à data, Rui Dolores, formavam “a cúpula da organização criminosa” em Portugal e mantinham “contactos com os investidores malaios, que traziam o dinheiro para Portugal”, com vista à obtenção de lucros com “apostas fraudulentas e manipulação de resultados”. Os dois primeiros, tal como Diego Tavares, haviam estado em prisão domiciliária, e tiveram a defesa do advogado Nélson Sousa: “Não há consubstanciação nas provas apresentadas.” O ex-jogador do Leixões está acusado de ser intermediário e corruptor ativo. Moedas e João Carela têm em mãos as práticas de corrupção ativa e passiva e jogavam na Oliveirense em 2015/ 16.
O MP pediu penas suspensas acessórias para os restantes 21 arguidos. Jogadores (seis meses a cinco anos), treinadores e dirigentes (não menos de três anos) ficariam impedidos de participar em competições desportivas. As alegações da defesa continuam a 19 de novembro.
“O trio formava a cúpula do crime e tinha contactos com os malaios”
Ana Cristina Vicente
Procuradora do Ministério Público