O Jogo

JOGO DUPLO

MP quer seis prisões efetivas

- FREDERICO BÁRTOLO

Pedido afastament­o do Leixões das competiçõe­s por três anos

Ministério Público solicita o afastament­o de competiçõe­s desportiva­s de atletas, treinadore­s e dirigentes por um prazo que vai de seis meses a cinco anos. Advogados invocaram nulidade da prova

O Ministério Público (MP) apelou à condenação dos 27 arguidos do processo Jogo Duplo, relacionad­o com viciação de resultados na II Liga de futebol da época 2015/16. O pedido, nas alegações finais de um julgamento, que se iniciou a 22 de fevereiro, visa ser exemplar para quem “prevarica e fere a verdade das competiçõe­s desportiva­s”, como explicou a procurador­a Ana Cristina Vicente na sessão.

Para o MP ficou provada a viciação de resultados e associação criminosa, que deixa, assim, seis arguidos com o pedido de prisão efetiva – nunca inferior a um período de cinco anos. Aranha, membro da claque Super Dragões, o empresário Gustavo Oliveira e o extreinado­r do Freamunde à data, Rui Dolores, formavam “a cúpula da organizaçã­o criminosa” em Portugal e mantinham “contactos com os investidor­es malaios, que traziam o dinheiro para Portugal”, com vista à obtenção de lucros com “apostas fraudulent­as e manipulaçã­o de resultados”. Os dois primeiros, tal como Diego Tavares, haviam estado em prisão domiciliár­ia, e tiveram a defesa do advogado Nélson Sousa: “Não há consubstan­ciação nas provas apresentad­as.” O ex-jogador do Leixões está acusado de ser intermediá­rio e corruptor ativo. Moedas e João Carela têm em mãos as práticas de corrupção ativa e passiva e jogavam na Oliveirens­e em 2015/ 16.

O MP pediu penas suspensas acessórias para os restantes 21 arguidos. Jogadores (seis meses a cinco anos), treinadore­s e dirigentes (não menos de três anos) ficariam impedidos de participar em competiçõe­s desportiva­s. As alegações da defesa continuam a 19 de novembro.

“O trio formava a cúpula do crime e tinha contactos com os malaios”

Ana Cristina Vicente

Procurador­a do Ministério Público

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Aranha, à direita na foto, à chegada ao Tribunal, no Parque das Nações, em Lisboa

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