Benfica desequilibrou-se
O campeonato não tem patrão, está uma prova aberta e Sérgio Conceição até já adiantou anteontem que este ano não haverá campeão de 90 pontos ou próximo disso (o FC Porto fez 88 na época passada, o Benfica 82 no ano anterior, 88 em 2015/16 e 85 em 2014/15). A oitava jornada teve muitas notícias, porque o Benfica perdeu e perdeu a oportunidade de ser líder isolado, o Braga empatou e, mesmo assim, continua no primeiro lugar, agora a par do FC Porto, que na jornada seguinte à derrota na Luz reultrapassou o Benfica. O Rio Ave mora agora ao lado da Luz depois da sua quinta vitória (só perdeu uma vez, na Feira) e o Sporting também está nos calcanhares dos seus rivais. A notícia maior foi a derrota do Benfica perante um Belenenses que só tinha ganho na primeira jornada e ainda não tinha ganho naquilo a que chama casa (Jamor). Grande contestação a Rui Vitória por causa de duas derrotas seguidas, mas, na verdade, o Benfica até criou muitas oportunidades em qualquer dos jogos. Ou seja, em ambos atacou bem, só que em nenhum deles defendeu bem. Como já tinha acontecido em Chaves, por exemplo. A equipa não é muito equilibrada, mas, mesmo assim, ganhou ao FC Porto. Ou seja, não há uma crise evidente, em que esteja tudo mal, mas há pontos fracos. Vlachodimos é jovem, é natural que tenha falhas. O triângulo Rúben Dias-Jardel-Fejsa tem sido afetado por lesões e, à frente, a equipa não tem jogado com um especialista do golo, porque Seferovic tem uma média de seis golos por época – ou seja, não é um especialista. Se Jonas não está pronto, se Ferreyra não serve, se Castillo afinal não tem tempo, então é preciso tomar decisões em janeiro, porque há desatenções graves e tensões na equipa. O Belenenses aproveitou a sorte e, depois, o seu jogo de “passa e repassa” funciona bem perante adversários desorganizados e virados para a frente à procura do golo. Grande estreia na liga de Eduardo Henrique, emprestado pelo Internacional, de onde veio também Muriel, há um ano. Eduardo é um médio alto e que sabe estar (andou pelas seleções jovens do Brasil). O FC Porto fez talvez o jogo mais completo da época perante um bom Feirense e teve capacidade para não tremer e voltar ao topo da tabela. Óliver mereceu o terceiro jogo seguido a titular e mostrou que Sérgio Conceição tem mesmo que contar com ele este ano. O Braga chegou ao topo isolado quando venceu o Sporting, na sexta jornada (e o Benfica empatou em Chaves), mas depois disso acumula dois empates seguidos e vê-se empatado com o FC Porto. Não fez um grande jogo em Guimarães, perante um Vitória debilitado, mas mantém-se lá em cima. O Sporting melhorou e acabou por ter uma noite calma perante o Boavista. Nani fez dois golos, a recordar que o plantel não é assim tão mau, e, apesar de tudo, está ainda atrás do Rio Ave, que venceu o Chaves com mais um golo de Galeno (terceiro na Liga), uma das revelações do ano.