LEÃO PERDE O VERDE: É PRE
Turma de Peseiro abatida por opositor que foi da II Liga a Alvalade para embaraçar. Contas na Taça da Liga embrulham-se e até no frio a panela de pressão volta a aquecer
Gestão não trouxe boas novas, com André Pinto a protagonizar as más notícias. Estoril foi mais ousado e justificou a rasteira ao detentor do título. Público leonino está sem “saco” para isto...
Andava o Sporting em limpezas, quando escorregou na sua sala de estar, tombou e acabou enterrado no próprio jardim das traseiras por uma turma audaz do Estoril que veio da II Liga a Alvalade fazer descaso da superioridade teórica dos leões. A turma de Luís Freira foi quase sempre melhor, suplantou por inteiro os verdes e brancos na segunda parte e justificou uma vitória só escandalosa para quem foi informado do resultado.
Peseiro geriu dado o ciclo de jogos, colocou um eixo novo na defesa com Marcelo e André Pinto, mas foi Jefferson na esquerda quem mais comprometeu. Nota também para as devoluções ao onze inicial, casos de B as Dost, Carlos Mané e Wendel. Num ambiente frio e mortiço em Alvalade, o brasileiro alojou-se mais à frente dos médios Petrovic e Gudelj, estava quase em linha com os extremos e preocupou-se sempre em aproximar-se do aríete Bas Dost. O Estoril desenhou-se num 4x4x2 ousado, a apertar bastante alto, mas os dois ressurgidos na leonina titularidade tinham outros planos logo de entrada.
Com o jogo indefinido, Dost incomodou uma saída macia de Gonçalo Santos da área canarinha, Wendel foi lá recolher e disparou com secura para o 1-0. O Estoril reagiu logo após Wendel ameaçar o 2-0, explorando o espaço nas costas de Jefferson. Foi da direita do ataque da turma da Linha, começando em Filipe Soares e acabando em Boa Morte, que se foi acercando das intimidades verdes e brancas, forçando mesmo Salina duas defesas com o pé direito no mesmo minuto.
Os canarinhos até remataram mais na primeira metade, pressionaram e viram-se até obrigados a uma substituição forçada mesmo antes do intervalo. O Sporting impunha-se pela eficácia, mas o Estoril, a precisar de vencer para se manter na Taça da Liga, dava uma réplica assinalável e o jogo foi aberto para intervalo. Diaby e Mané trocaram nas alas à entrada para a última metade, mas a dinâmica do Sporting não sofreu incremento. Lesto no contra-ataque, o Estoril voltou embaraçar e, aos 52’, Dadashov não igualou por pouco. O leão deambulava lento e tinha o adversário já como equipa mais perigosa em campo quando Peseiro fez dupla alteração: Lumor e Montero para os lugares de Jefferson e Dost, respetivamente. Logo depois, Bruno Fernandes rendeu Wendel. Mas o veneno que o Estoril sempre destilou pela direita deu finalmente frutos aos 71’, num grande lance individual de Sandro Lima, a selar o 1-1 e a deixar André Pinto pelo chão. Pela mesma zona (claro...), Aylton quase virou a mesa a favor do Estoril, mas André Pinto fez duplo haraquíri, ao pentear a bola para o fundo das próprias redes (82’). Não era justo: era justíssimo! O Estoril assumia-se como melhor e o Sporting não tinha até aqui uma única oportunidade de golo na segunda metade. Os leões fizeram-se em desespero ao caminho, andaram tão perto de igualar como de sofrer o 1-3 num jogo já partido, mas a derrota era o destino.
No fim, tocou a Marcha do Sporting para aliviar a assobiadela. Resultou. Havia muito mais gente a assobiar em casa...