O Jogo

Gasolina incendeia contas no Mar

Direção demissioná­ria nega existência de contrato de prestação de serviços com o presidente da AG, Manuel Dias

- ANTÓNIO S. FONSECA MIGUEL RIBEIRO

Na assembleia geral de anteontem à noite houve confrontos físicos e acusações de pagamentos, no valor de 220 mil euros, a Manuel Dias, presidente da AG. A Direção nega mas demitiu-se, a SAD... insiste

O mal-estar entre SAD e clube já vem de longe, no entanto, na assembleia geral do Leixões, realizada terça-feira à noite, atingiu níveis indecoroso­s, com violência física e acusações de ilegalidad­es. A mesma reunião magna que havia sido impugnada por um sócio, por falta de informação prévia relativa às contas do clube, foi remarcada para anteontem e foi ali que a Direção foi confrontad­a com a existência de um contrato de prestação de serviços firmado com Manuel Dias, o presidente da AG. Nesse alegado contrato estaria previsto o pagamento de 220 mil euros (o valor poderia, no entanto, com o tempo, atingir 1,85 milhões de euros em serviços prestados por Manuel Dias), a troco da assessoria jurídica.

Em função dessa verba, Manuel Dias iria prestar serviço jurídico na renegociaç­ão, com a Repsol, do contrato de concessão da bomba de gasolina do clube – no prolongame­nto dessa concessão de 15 para 17 anos. Perante este novo quadro, o Leixões passaria a rece-

Manuel Dias, a ocentro, e Duarte Anastácio ber 1,62 milhões de euros, contra os 1,85 milhões acordados, mas reduziria as comissões a pagar à gasolineir­a em 245 mil euros, ou seja, teria um benefício de 15 mil euros ao prolongar por mais dois anos o acordo com a Repsol.

Com todas estas acusações, a Direção comunicou a demissão e, com os ânimos exaltados, chegou a verificar-se o confronto físico entre o vicepresid­ente Paulo Pinhal, o seu colega de Direção Paulo Trigo e o líder da claque do Leixões, Jorge Moreira. As autoridade­s policiais comparecer­am no local, mas sem que tenha havido detenções.

Já ontem, o presidente demissioná­rio, Duarte Anastácio, em comunicado, vem desmentir a existência do referido contrato, dizendo: “Esse alegado contrato que não mais são do que três páginas impressas... sem qualquer assinatura é rotundamen­te falso. Nunca o Leixões celebrou com o Dr. Manuel Dias... algum contrato de prestação de serviços.” Revelando que o documento foi distribuíd­o na AG pelo presidente da SAD, Paulo Lopo, o dirigente leixonense refere ainda que a demissão “deveu-se única e exclusivam­ente à falta de confiança em alguns membros da Direção e... em nada se deveu ao ignóbil documento apresentad­o por Paulo Lopo na assembleia”, após o que relembra que “toda esta negociação [n. d.r.: Repsol] foi liderada por Miguel Nora”, ex-presidente do Conselho Consultivo.

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