QUEDA COM ESTRONDO NO BURACO NEGRO
Em noite negra, o Benfica somou a terceira derrota seguida. Sem esconder a ansiedade, a equipa acabou varrida pelo Moreirense e não foi poupada pelos adeptos
A entrada de Jonas até parecia ser a solução, mas nem de Pistolas as águias lá foram. Sem ideias, abriram espaços para a equipa de Ivo Vieira, que ameaçou muito e segurou bem a vantagem
A noite até começou com sorrisos, mas depressa tudo mudou para o Benfica. Ao golo madrugador de Jonas, o Moreirense respondeu de forma contundente e rapidamente chegou à vantagem. Os encarnados não mais foram capazes de inverter o resultado e acabaram a noite em completo desespero, fruto da terceira derrota seguida, deixando definitivamente Rui Vitória como “persona non grata” entre os adeptos. Pressionadas pelos desaires com Ajax e Belenenses, as águias caíram num autêntico buraco negro, agudizando uma crise que pode ter consequências ainda piores já na próxima quartafeira, dia em que recebem o Ajax para a Champions.
Com duas mudanças no onze, lançando Jonas (pelo lesionado Seferovic) e João Félix (deixando Salvio, que falhou o penálti com o Belenenses, no banco), Rui Vitória até parecia ter encontrado a solução para os problemas da equipa. Pelo menos em termos de finalização. Isto porque foram precisamente as novidades a desbloquear o marcador, logo aos 2’: João Félix descobriu Jonas na área e o Pistolas faturou sem misericórdia, ao primeiro tiro. Porém, o Moreirense, que Ivo Vieira havia prometido ser uma equipa de mentalidade ofensiva, não se ficou e, aproveitando as avenidas entre os diversos sectores encarnados, chegou ao empate três minutos volvidos. Rafa, no minuto seguinte, viu Jhonatan negar o golo e, a partir daí, a ansiedade benfiquista começou a aparecer, disparando em força quando Pedro Nuno fez o 2-1.
Bem compacto a defender e mortífero a sair para o ataque, com rapidez e certeza no passe, o Moreirense – com um super-Loum atrás dos imparáveis Arsénio, Chiquinho e Pedro Nuno – foi criando diversas situações de perigo e, aproveitando também a ineficácia da equipa da casa, foi levando os adeptos presentes na Luz a perder a paciência; a cada lance de ataque do adversário ou a cada jogada menos conseguida das águias, os espectadores benfiquistas respondiam com assobios. A intranquilidade das bancadas passou para o relvado, onde os jogadores do Benfica, sem ideias, não conseguiam encontrar forma nem de furar a defesa contrária, nem de travar as investidas. E o 3-1 de Loum aqueceu ainda mais a fúria dos adeptos. Rui Vitória respondeu à desvantagem de dois golos apostando no 4x4x2, com João Félix no apoio a Jonas, Pizzi à direita e Rafa à esquerda, mas até ao intervalo as águias não conseguiram chegar à baliza de Jhonatan – sempre seguro e somando defesas importantes em momentos em que a turma da Luz podia renascer.
O reatamento trouxe um (curto) momento de pazes dos adeptos coma equipa, que entrou disposta a lutar pela reviravolta.A fórmula, porém, não deu resultados e, depois dos 60’, o tribunal da Luz voltou a ferver e a assobiar. O tempo foi passando, as oportunidades para o Benfica escassearam e a expulsão de Jardel mostra bem o nervosismo que se vive entre os encarnados. O Moreirense permaneceu tranquilo até ao fim e agarrou uma inédita vitória na Luz.