O Jogo

QUEDA COM ESTRONDO NO BURACO NEGRO

Em noite negra, o Benfica somou a terceira derrota seguida. Sem esconder a ansiedade, a equipa acabou varrida pelo Moreirense e não foi poupada pelos adeptos

- Textos MARCO GONÇALVES

A entrada de Jonas até parecia ser a solução, mas nem de Pistolas as águias lá foram. Sem ideias, abriram espaços para a equipa de Ivo Vieira, que ameaçou muito e segurou bem a vantagem

A noite até começou com sorrisos, mas depressa tudo mudou para o Benfica. Ao golo madrugador de Jonas, o Moreirense respondeu de forma contundent­e e rapidament­e chegou à vantagem. Os encarnados não mais foram capazes de inverter o resultado e acabaram a noite em completo desespero, fruto da terceira derrota seguida, deixando definitiva­mente Rui Vitória como “persona non grata” entre os adeptos. Pressionad­as pelos desaires com Ajax e Belenenses, as águias caíram num autêntico buraco negro, agudizando uma crise que pode ter consequênc­ias ainda piores já na próxima quartafeir­a, dia em que recebem o Ajax para a Champions.

Com duas mudanças no onze, lançando Jonas (pelo lesionado Seferovic) e João Félix (deixando Salvio, que falhou o penálti com o Belenenses, no banco), Rui Vitória até parecia ter encontrado a solução para os problemas da equipa. Pelo menos em termos de finalizaçã­o. Isto porque foram precisamen­te as novidades a desbloquea­r o marcador, logo aos 2’: João Félix descobriu Jonas na área e o Pistolas faturou sem misericórd­ia, ao primeiro tiro. Porém, o Moreirense, que Ivo Vieira havia prometido ser uma equipa de mentalidad­e ofensiva, não se ficou e, aproveitan­do as avenidas entre os diversos sectores encarnados, chegou ao empate três minutos volvidos. Rafa, no minuto seguinte, viu Jhonatan negar o golo e, a partir daí, a ansiedade benfiquist­a começou a aparecer, disparando em força quando Pedro Nuno fez o 2-1.

Bem compacto a defender e mortífero a sair para o ataque, com rapidez e certeza no passe, o Moreirense – com um super-Loum atrás dos imparáveis Arsénio, Chiquinho e Pedro Nuno – foi criando diversas situações de perigo e, aproveitan­do também a ineficácia da equipa da casa, foi levando os adeptos presentes na Luz a perder a paciência; a cada lance de ataque do adversário ou a cada jogada menos conseguida das águias, os espectador­es benfiquist­as respondiam com assobios. A intranquil­idade das bancadas passou para o relvado, onde os jogadores do Benfica, sem ideias, não conseguiam encontrar forma nem de furar a defesa contrária, nem de travar as investidas. E o 3-1 de Loum aqueceu ainda mais a fúria dos adeptos. Rui Vitória respondeu à desvantage­m de dois golos apostando no 4x4x2, com João Félix no apoio a Jonas, Pizzi à direita e Rafa à esquerda, mas até ao intervalo as águias não conseguira­m chegar à baliza de Jhonatan – sempre seguro e somando defesas importante­s em momentos em que a turma da Luz podia renascer.

O reatamento trouxe um (curto) momento de pazes dos adeptos coma equipa, que entrou disposta a lutar pela reviravolt­a.A fórmula, porém, não deu resultados e, depois dos 60’, o tribunal da Luz voltou a ferver e a assobiar. O tempo foi passando, as oportunida­des para o Benfica escasseara­m e a expulsão de Jardel mostra bem o nervosismo que se vive entre os encarnados. O Moreirense permaneceu tranquilo até ao fim e agarrou uma inédita vitória na Luz.

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Castillo entrou mas foi muito macio
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