Rui Vitória “Demissão? Por natureza não desisto de nada”
O treinador do Benfica viu lenços brancos e alguns adeptos pediram a sua cabeça no fim do jogo, algo que diz entender pela “frustração” de mais um desaire
Parco em palavras, logo depois da partida e também na sala de Imprensa, o técnico assumiu que o Benfica “não esteve ao nível que deve”, que “faltou cabeça” e houve “descontrolo”
Foi um Rui Vitória abatido aquele que, tanto nas entrevistas rápidas como, mais tarde, na sala de Imprensa assumiu um jogo fora de todos os planos traçados. Confrontado com os lenços brancos e os pedidos de demissão, o treinador do Benfica garantiu que entende o desagrado, mas que não sairá. “Percebo perfeitamente a frustração de quem está na bancada e que quer ver oBenficaganhar.Sequeremos que festejem as vitórias, também tenho de aceitar estas reações, pois a emoção está sempre presente. Mas por natureza não desisto de nada, ponto”, frisou Rui Vitória, que tinhanaplateiaosadministradores Rui Costa e Domingos Soares Oliveira, assim como diretor Tiago Pinto.
Concretamente sobre o desaire de ontem, o terceiro consecutivo das águias nesta época (antes haviam perdido com Ajax e Belenenses) o treinador do Benfica preferiu não apontar o dedo à ineficácia geral, apontando outras falhas da sua equipa. “Podíamos estar a falar das oportunidades e dos remates que fizemos, mas as pessoas não querem ouvir isso. Faltou-nos mais cabeça, descontrolámo-noscomoempate e, depois, com o outro golo do Moreirense. Deixámos o adversário jogar muito à vontade e isso paga-se. Assumo que não estivemos bem, assumo a derrota e que não tivemos a capacidade que era necessária hoje”, lançou Rui Vitória que antes, nas entrevistas rápidas, já deixara um mote igual. “Temos de fazer mais, há que assumir que não estivemos ao nível que devemos e à capacidade que temos de ter”, frisou, salientando que “o adversário aproveitou as suas oportunidades”.
A postura do Moreirense quando ficou em vantagem no marcador limitou a reação encarnada, segundo Rui Vitória. “Estivemos sempre à procura do golo mas claro que, na segunda parte, o Moreirense fechou-se junto à sua área e ficou mais difícil. Os números estão lá, não estivemos ao nível que deveríamos e os jogadores não trabalharam com a clarividêncianecessárianestaaltura.Não foi um dia positivo para nós, nem de perto nem de longe. Não posso justificar o que quer que seja...”, atirou o técnico. Apontando para a frente, prometeu reação rápida: “Os jogadores têm uma fibra tremenda e este é um grupo unido, que tem estado sempre presente. O jogo começou bem, mas depois não correu nada bem, não foi feliz da nossa parte. Agora, éreagiromaisrápidopossível.” Vitória, refira-se, não perdia três jogos seguidos desde março de 2015, então no V. Guimarães.
“Os jogadores não trabalharam com a clarividência necessária. Não foi um dia positivo, não posso justificar o que quer que seja”
“Faltou-nos cabeça, descontrolámo-nos com o empate e, depois, com o outro golo”
“Percebo perfeitamente a frustração na bancada, tenho de aceitar”
“Deixámos o adversário jogar muito à vontade e isso paga-se. Assumo que não estivemos bem”