O Jogo

Infantino protege Man. City e PSG

Presidente da FIFA, então na UEFA, interveio e efetuou acordos secretos para evitar sanções e eventual saída da Champions

- CARLOS ALBERTO FERNANDES

Revelações do “Football Leaks” expõem acordos secretos e cosmética nas contas para evitar sanções. Outra bomba é a Superliga Europeia, congeminad­a em segredo por 16 clubes. Portuguese­s não entram

Gianni Infantino, atual presidente da FIFA, desempenho­u um papel central em negociaçõe­s secretas para disfarçar injeções de capital no PSG e no Manchester City, evitando a aplicação de sanções financeira­s e desportiva­s aos clubes financiado­s pelo emir Hamad Al Thani, do Catar, e pelo xeque Al Mansour, dos Emirados, respetivam­ente. A revelação é feita pela “Mediapart” e pela revista “Der Spiegel”, suportada por um conjunto de novos documentos do “Football Leaks”. Entre outras ações, em 2014, Infantino, então secretário-geral da UEFA, terá feito um acordo com o Man. City – que violara largamente os parâmetros do fair play financeiro, com uma injeção de capital de 2,7 mil M€, e arriscava a exclusão das provas UEFA. A cosmética nas contas envolvia a dissimulaç­ão de despesas, sobreavali­ação de valores em patrocínio­s para atenuar os 233 M€ de prejuízo (cinco vezes acima do limite autorizado) entre 2011 e 2013. Idêntico procedimen­to terá sido usado no PSG, com a entrada de 1,8 mil M€ do Turismo do Catar, contabiliz­ados de forma retroativa.

Superliga na forja

Entretanto, a “Spiegel” deu a conhecer um movimento nos bastidores de 11 dos maiores clubes europeus, determinad­os a constituir uma Superliga Europeia fechada, sem clubes portuguese­s, e à margem da UEFA. Documentos mostram que a prova está a ser projetada em segredo pelos “fundadores” Barcelona, Real Madrid, Man. United, Bayern, Juventus, Chelsea, Arsenal, PSG,

Dezasseis maiores clubes europeus projetam Superliga, à margem da UEFA, prevendo arranque para 2021

Man. City, Liverpool e Milan. A estes juntar-se-iam Atlético de Madrid, Dortmund, Marselha, Inter e Roma, também das “Big 5”. Todos abandonari­am a Champions para participar na nova prova, projetada para arrancar em 2021. Nos documentos revelados pelo “Football Leaks”, é referida a possibilid­ade de um formato de duas divisões, em que ficaria em aberto a promoção de escalão. O Bayern, um dos precursore­s, estuda desde 2016 as consequênc­ias jurídicas da decisão e a possibilid­ade de impedir os jogadores de irem às seleções.

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Eleito em 2016, Infantino não consegue livrar a FIFA de suspeitas

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