Infantino protege Man. City e PSG
Presidente da FIFA, então na UEFA, interveio e efetuou acordos secretos para evitar sanções e eventual saída da Champions
Revelações do “Football Leaks” expõem acordos secretos e cosmética nas contas para evitar sanções. Outra bomba é a Superliga Europeia, congeminada em segredo por 16 clubes. Portugueses não entram
Gianni Infantino, atual presidente da FIFA, desempenhou um papel central em negociações secretas para disfarçar injeções de capital no PSG e no Manchester City, evitando a aplicação de sanções financeiras e desportivas aos clubes financiados pelo emir Hamad Al Thani, do Catar, e pelo xeque Al Mansour, dos Emirados, respetivamente. A revelação é feita pela “Mediapart” e pela revista “Der Spiegel”, suportada por um conjunto de novos documentos do “Football Leaks”. Entre outras ações, em 2014, Infantino, então secretário-geral da UEFA, terá feito um acordo com o Man. City – que violara largamente os parâmetros do fair play financeiro, com uma injeção de capital de 2,7 mil M€, e arriscava a exclusão das provas UEFA. A cosmética nas contas envolvia a dissimulação de despesas, sobreavaliação de valores em patrocínios para atenuar os 233 M€ de prejuízo (cinco vezes acima do limite autorizado) entre 2011 e 2013. Idêntico procedimento terá sido usado no PSG, com a entrada de 1,8 mil M€ do Turismo do Catar, contabilizados de forma retroativa.
Superliga na forja
Entretanto, a “Spiegel” deu a conhecer um movimento nos bastidores de 11 dos maiores clubes europeus, determinados a constituir uma Superliga Europeia fechada, sem clubes portugueses, e à margem da UEFA. Documentos mostram que a prova está a ser projetada em segredo pelos “fundadores” Barcelona, Real Madrid, Man. United, Bayern, Juventus, Chelsea, Arsenal, PSG,
Dezasseis maiores clubes europeus projetam Superliga, à margem da UEFA, prevendo arranque para 2021
Man. City, Liverpool e Milan. A estes juntar-se-iam Atlético de Madrid, Dortmund, Marselha, Inter e Roma, também das “Big 5”. Todos abandonariam a Champions para participar na nova prova, projetada para arrancar em 2021. Nos documentos revelados pelo “Football Leaks”, é referida a possibilidade de um formato de duas divisões, em que ficaria em aberto a promoção de escalão. O Bayern, um dos precursores, estuda desde 2016 as consequências jurídicas da decisão e a possibilidade de impedir os jogadores de irem às seleções.