O Jogo

NO MEIO DA CRISE ATÉ ONANA BATEU À PORTA

Guardião do Ajax roubou o golo a Gabriel no último remate do jogo e agravou mais ainda o mau momento das águias. Champions é uma miragem

- bbb SÉRGIO ANDRÉ Textos

Foi o quarto jogo consecutiv­o sem vencer. A equipa foi solidária, defendeu melhor em determinad­os momentos, mas quando Jonas saiu por lesão, aos 55’, levou com ele todas as possibilid­ades de o Benfica voltar a marcar Se a continuida­de do Benfica na Champions já estava comprometi­da, pior ficou depois do empate (1-1) diante do Ajax – encarnados ainda terão de defrontar o Bayern na Alemanha e o AEK de Atenas, no Estádio da Luz.

E o que há de novo nisto? Apenas... mais uma partida sem ganhar, a quarta consecutiv­a – a série negativa, recorde-se, começoupre­cisamente na Holanda. Tudo somado, embora matematica­mente ainda seja possível atingir os oitavos de final, a verdade é que os astros teriam de estar todos virados para a Luz para que o Benfica ainda desse a cambalhota e iludisse Bayern ou Ajax. Portanto, pés bem assentes na terra porque o mais provável é mesmo cair para a Liga Europa.

A equipa até apresentou algumas melhorias em relação aos últimos jogos, esteve mais sólida a defender em alguns períodos, mas acabou por esbarrar e mO nana, o homem que cavou mais ainda a crise encarnada ao travar no último suspiro da partidao remate de Gabriel. O guardião do Ajax foi o herói da noite e garantiu um ponto à sua equipa que pode ser decisivo para o desfecho do grupo, até para a luta pela liderança do mesmo.

Muito pressionad­o pelos últimos resultados, Rui Vitória refrescou a equipa. Gabriel fez de Pizzi e Cervi tirou o lugar a Rafa, tentando estancar as muitas infiltraçõ­es que têm ocorrido na banda esquerda. Jonas, já mais solto, tomava contadas operações no ataque. A equipa melhorou e foi mais solidária a defender. Fejsa, em muito bom nível, guardava as costas de Gedson e ajudava a soltar Gabriel para ações mais ofensivas – sobretudo na segunda parte. Grimaldo estava protegido por Cervi, mais voluntario­so do que Rafa quando toca a defender. O Benfica foi para alutaà procurado resultado e Jonas deuà equipa aqui loque ela necessitav­a: qualidade e golo. O brasileiro recuou no terreno para confundir os seus marcadores diretos e estava no sítio certo para dar o melhor seguimento a um lançamento de linha lateral de Salvio, estratégia muito utilizada na era Jesus. 1-0 para o Benfica e o caminho entreabert­o para terminar o longo jejum sem ganhar, colocar uma pedra na crise e quem sabe fazer as pazes com os adeptos. O problema é que o Ajax esteve sempre em jogo e atuou da mesma forma do início ao fim e, já agora, com a baliza nos olhos. Sem um ponta de lança de referência, Ten Hag, treinador do emblema holandês, apostou na rapidez do seu tridente ofensivo e, se na primeira parte, chegaram apenas algumas sensações de golo, na segunda foi diferente com a equipa a carregar um pouco mais sobre a defesa adversária, até provocar o deslize. Rúben Dias não aguentou a passada de Tadic e este empatou. Isto já depois de Jonas ter dito adeus à partida devido a lesão e ter dado lugar a Seferovic, que naturalmen­te não apresenta os mesmos argumentos que o avançado brasileiro. O suíço não conseguiu dar sequência aos lances iniciados pelos médios e apenas numa ocasião testou a atenção do guardião camaronês.

A etapa final foi muito mais jogada em esforço do que com a cabeça e Gabriel, mesmo a fechar a partida, poderia ter deixado o estádio como o herói da noite, mas Onana não deixou, roubando-lhe o golo.

No fim, voltaram os lenços brancos e os assobios para o treinador e equipa, mas desta vez apenas como consequênc­ia do registo anterior e não tanto pelo desempenho da equipa perante um adversário com marca Champions.

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Daley Blind tenta evitar o disparo de Seferovic
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