NO MEIO DA CRISE ATÉ ONANA BATEU À PORTA
Guardião do Ajax roubou o golo a Gabriel no último remate do jogo e agravou mais ainda o mau momento das águias. Champions é uma miragem
Foi o quarto jogo consecutivo sem vencer. A equipa foi solidária, defendeu melhor em determinados momentos, mas quando Jonas saiu por lesão, aos 55’, levou com ele todas as possibilidades de o Benfica voltar a marcar Se a continuidade do Benfica na Champions já estava comprometida, pior ficou depois do empate (1-1) diante do Ajax – encarnados ainda terão de defrontar o Bayern na Alemanha e o AEK de Atenas, no Estádio da Luz.
E o que há de novo nisto? Apenas... mais uma partida sem ganhar, a quarta consecutiva – a série negativa, recorde-se, começouprecisamente na Holanda. Tudo somado, embora matematicamente ainda seja possível atingir os oitavos de final, a verdade é que os astros teriam de estar todos virados para a Luz para que o Benfica ainda desse a cambalhota e iludisse Bayern ou Ajax. Portanto, pés bem assentes na terra porque o mais provável é mesmo cair para a Liga Europa.
A equipa até apresentou algumas melhorias em relação aos últimos jogos, esteve mais sólida a defender em alguns períodos, mas acabou por esbarrar e mO nana, o homem que cavou mais ainda a crise encarnada ao travar no último suspiro da partidao remate de Gabriel. O guardião do Ajax foi o herói da noite e garantiu um ponto à sua equipa que pode ser decisivo para o desfecho do grupo, até para a luta pela liderança do mesmo.
Muito pressionado pelos últimos resultados, Rui Vitória refrescou a equipa. Gabriel fez de Pizzi e Cervi tirou o lugar a Rafa, tentando estancar as muitas infiltrações que têm ocorrido na banda esquerda. Jonas, já mais solto, tomava contadas operações no ataque. A equipa melhorou e foi mais solidária a defender. Fejsa, em muito bom nível, guardava as costas de Gedson e ajudava a soltar Gabriel para ações mais ofensivas – sobretudo na segunda parte. Grimaldo estava protegido por Cervi, mais voluntarioso do que Rafa quando toca a defender. O Benfica foi para alutaà procurado resultado e Jonas deuà equipa aqui loque ela necessitava: qualidade e golo. O brasileiro recuou no terreno para confundir os seus marcadores diretos e estava no sítio certo para dar o melhor seguimento a um lançamento de linha lateral de Salvio, estratégia muito utilizada na era Jesus. 1-0 para o Benfica e o caminho entreaberto para terminar o longo jejum sem ganhar, colocar uma pedra na crise e quem sabe fazer as pazes com os adeptos. O problema é que o Ajax esteve sempre em jogo e atuou da mesma forma do início ao fim e, já agora, com a baliza nos olhos. Sem um ponta de lança de referência, Ten Hag, treinador do emblema holandês, apostou na rapidez do seu tridente ofensivo e, se na primeira parte, chegaram apenas algumas sensações de golo, na segunda foi diferente com a equipa a carregar um pouco mais sobre a defesa adversária, até provocar o deslize. Rúben Dias não aguentou a passada de Tadic e este empatou. Isto já depois de Jonas ter dito adeus à partida devido a lesão e ter dado lugar a Seferovic, que naturalmente não apresenta os mesmos argumentos que o avançado brasileiro. O suíço não conseguiu dar sequência aos lances iniciados pelos médios e apenas numa ocasião testou a atenção do guardião camaronês.
A etapa final foi muito mais jogada em esforço do que com a cabeça e Gabriel, mesmo a fechar a partida, poderia ter deixado o estádio como o herói da noite, mas Onana não deixou, roubando-lhe o golo.
No fim, voltaram os lenços brancos e os assobios para o treinador e equipa, mas desta vez apenas como consequência do registo anterior e não tanto pelo desempenho da equipa perante um adversário com marca Champions.