Rui Vitória “As pessoas não vêm ao futebol para pensar”
Treinador dá pouca importância aos lenços brancos por parte dos adeptos, considerando que se trata de uma reação mais emotiva do que racional
Treiandor das águias, sobre o mau momento, considera que “as fases são menos boas, mas as competências estão cá e vão aparecer”
O líder do grupo gostou da exibição, considerando que o principal problema foi a finalização, nomeadamente num lance já nos descontos. Quanto ao apuramento, acredita que ainda é possível
Pela segunda vez consecutiva houve lenços brancos na Luz dirigidos a Rui Vitória, que desvalorizou essa reação dos adeptos. “Compreendo a manifestação, porque este é um desporto de emoções e as pessoas são mais emotivas do que racionais. As pessoas não vêm ao futebol para pensar, mas para viver. Eu compreendo a frustração, masquem preparou o jogo como nós preparámos também fica frustrado. De qualquer forma, fizemos um jogo muito sério, seguro, competitivo e disso eu gostei”, comentou o treinador quando questionado sobre o desagrado popular. “O que senti foi uma entrega muito grande e uma reação, porque foi uma equipa consistente, competitiva, que quis, que foi à procura. O que se pode fazer contra isto?”, disse, em jeito de conclusão da ideia.
No seu entender, a ansiedade pesou no desempenho da equipa: “Estes últimos resultados não foram positivos, somos seres humanos e sentimos isso, mas foi um jogo equilibrado, em que fizemos o que tínhamos a fazer. Quanto à estratégia, os jogadores implementaram o que queríamos, pois bloqueámos o Ajax, que não criou oportunidades. Nas fases mais positivas, a bola entra quase do nada. A última bola porventura entraria, mas é assim que estamos a viver”, analisou, considerando depois que o que esta equipa tem de bom não terá desaparecido: “Foi uma equipa de grande coragem, determinada, não se escondeu, lutou, trabalhou, foi rigorosa, concentrada. São quatro jogos, não gostámos dos resultados, mas há esses aspetos positivos, uma coisa foi o resultado outra foi os jogadores a quererem, a procurarem outra solução. As competências não se perdem por momentos, quando existem, existem. As fases são menos boas, mas as competências estão cá e vão aparecer.”
Rui Vitória explicou depois que a opção de deixar Pizzi no banco foi de ordem tática, para “limitar a fase de construção” do Ajax. “Havia nervosismo no ar, mas conseguimos esse bloqueio”, disse. Agora, o cenário está complicado, mas o apuramento é possível. “Não ganhámos, mas há matemática a funcionar e vamos acreditar”, analisou, acrescentando: “Vamos lutar até à exaustão pela passagem.”