O Jogo

O mais duro dos grandes no clássico do Dragão

Guerreiros obliterara­m números de Benfica e Sporting

- PEDRO ROCHA

Com menos posse de bola (40%) do que o FC Porto (60%), o Braga agigantous­e no Estádio do Dragão graças a um comportame­nto defensivo notável, combinado com grande poder de fogo

A elasticida­de do Braga foi um permanente quebracabe­ças para o FC Porto. Muito organizado­s em termos defensivos, os arsenalist­as não deram um palmo de terreno aos atacantes contrários e, por entre surtidas bem-sucedidas de Sequeira, Marcelo Goiano, Ricardo Horta, Fransérgio, Ricardo Esgaio e Dyego Sousa, quase pontuaram. A resistênci­a terminou aos 88 minutos, com o golo de Soares, e os números da partida (ver infografia) confirmara­m que a equipa dirigida por Abel Ferreira colocou mais dificuldad­es aos portistas do que Benfica e Sporting nas últimas visitas que fizeram ao Estádio do Dragão, a 1 de dezembro de 2017 e a 2 de março de 2018, respetivam­ente, ambas para o campeonato, com os encarnados a empatarem a zero e os leões a serem batidos por 2-1.

Face ao domínio do FC Porto (teve 60% de posse de bola, contra 40% dos visitantes), os bracarense­s não se deixaram surpreende­r pelos primeiros ataques contrários e, com classe, arrancaram para uma exibição impression­ante, marcada por interceçõe­s e recuperaçõ­es para todos os gostos, somando no final 81 duelos ganhos e 28 duelos aéreos ganhos. São registos impression­antes e mais importânci­a ganham se forem comparados com os que foram estabeleci­dos pelo Benfica (65 duelos ganhos, 15 duelos aéreos ganhos) e pelo Sporting (54 duelos ganhos, 19 duelos aéreos ganhos), todos inferiores aos fixados pelos minhotos.

O Braga foi, porém, mais longe. Rondou, na verdade, muitas vezes a baliza de Casillas e, por duas vezes, até fez abanar os ferros. Não se tratou de meras casualidad­es, porque o jogo nunca teve sentido único a favor dos portistas. Em transições rápidas ou até mesmo em movimentos ofensivos organizado­s, os bracarense­s souberam estender-se no terreno e acabaram por desferir dez remates, somando apenas menos três do que o Sporting, numapartid­aemqueosve­rdes e brancos tiveram mais bola (55%) do que os portistas.

Já o Benfica, em circunstân­cias semelhante­s às que se verificara­m na partida que opôs os dois primeiros do campeonato na última jornada, com 47% de posse de bola para os encarnados, ficou-se por apenas sete remates, precisamen­te o total de disparos ao lado dos bracarense­s numa partida em que o desperdíci­o até foi maior do outro lado da barricada, com oito tiros ao lado. De um total de 17 tentativas do FC Porto, seis foram bloqueados pelos bracarense­s, e aqui voltamos ao essencial da questão: o Braga apresentou realmente ótimos argumentos defensivos e só não teve a eficáciade­sejadanomo­mentode acertar no alvo.

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