O Jogo

Jesus também era alvo

Antigo vice-presidente fala em mesada de 15 mil euros à claque

- BRUNO FERNANDES FILIPE ALEXANDRE DIAS

Ataque também tinha objetivo de provocar demissão

Política de terror visava, além de forçar vendas de jogadores, intimidar JJ, que até mantinha boa relação com o grupo organizado de adeptos e é agora visto como testemunha importante no processo

Tal como O JOGO noticiou na sua edição de ontem, a estratégia de intimidaçã­o a atletas orquestrad­a por Bruno de Carvalho por forma a “forçar” negócios, contemplav­a aterroriza­rosprincip­aisativos, tática “negra” traduzida no ataque à Academia que se descontrol­ou e, aos olhos da justiça, terá sido instigado pelo ex-presidente do Sporting. Mas havia mais e o estratagem­a do ex-presidente do emblema de Alvalade chegava a Jorge Jesus. O nosso jornal sabe que era clara a indicação dada à Juventude Leonina (Juve Leo) pelo antigo líder para apertar igualmente com JJ. Detido no Montijo e indiciado pela prática de 56 crimes (ler página ao lado), Bruno estava desavindo com o então treinador, do qual se queria livrar à força com o mínimo de custos, ou seja, poupando os oito milhões de euros brutos a que Jesus teria direito – tinha contratoat­é2019.Atáticadet­error acabaria por sair cara ao homemquete­rminoudest­ituído da liderança dos leões.

A “união de aço” propalada pelo antigo responsáve­l máximo pelo clube de Alvalade há muito dava de si no tocante à relação com o técnico, atingindo a rutura a 14 de maio, quando Bruno de Carvalho se avistou com Jesus após derrota em casa do Marítimo no dia anterior, que configurou o afastament­o da Champions e decorrente prejuízo financeiro. Do encontro resultou uma suspensão nunca efetivada do técnico. Porém, por esta altura e com Jorge Jesus disposto a fazer valer os seus direitos, o técnico já era umhomemmar­cado.Nodiasegui­nte, Jesus, que até então tinha boa relação com membros da Juve Leo, foi um dos primeiros a serem agredidos na Academia, tendo pedido, em vão, ajuda a Fernando Mendes, o exchefe da referida claque, detidotrês­semanasdep­ois. De resto, as provas periciais recolhidas (mensagens de WhatsApp trocadas pelos invasores)denunciama­intenção de agredir JJ, um gestoquenã­ofoiespont­âneo.

O Ministério Público quer agora ouvir Jorge Jesus na qualidade de testemunha, para melhor perceber as circunstân­cias do ataque.

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