Funcionalidade máxima dispensa luxo tecnólogico
O Dragão não perde para nenhum dos estádios do Mundial’2018 e até ganha à maioria. Os do Catar em 2022 acrescentam “cortinas” meteorológicas e efeitos visuais
Estádio do Dragão é exemplo em matéria de conforto, segurança e funcionalidade e aproveitamento. Ao invés, alguns estádios russos e do Catar podem tornar-se autênticos elefantes brancos
Passaram 15 anos e o Estádio do Dragão continua atual e até bastante avançado no tempo. Esta é a conclusão que se pode tirar depois de comparado com os palcos que receberam os jogos do campeonato do mundo de 2018, na Rússia, e os que serão utilizados no Mundial’2022, no Catar. Às boas condições de conforto , o recinto dos campeões nacionais distingue-se pelo excelente aproveitamento das suas infraestruturas, destacando-se a construção do museu do clube, de um ginásio, uma clínica, escritórios da SAD portista, lojas, etc. Em termos de segurança também não fica atrás de nenhum deles. Além de permitir um acesso fácil ao interior do estádio por parte de bombeiros e polícia, está ainda assegurada uma evacuação eficiente em caso de emergência. E, em termos estéticos, continua a servir de modelo para outros estádios.
O Dragão só perde na tecnologia utilizada para a construção de alguns estádios escolhidos para o Mundial’2022, com custos astronómicos. O Estádio Icónico de Lusail, em Doha, capital do Catar, vai custar 675 milhões de euros, quase sete vezes mais do que o Dragão. Só para se ter uma ideia do luxo que os árabes fazem questão de exibir. E se os recintos russos poucas novidades trouxeram em matéria de tecnologia, os palcos do Catar representam um avanço no tempo. Um bom exemplo disto é o Ras Abu Aboud, situado na zona portuária de Doha. Construído com blocos que chegaram em navios, pode ser desmontado e transportado para outros locais. É o que vai acontecer no final do Mundial. Os blocos serão aproveitados para outras infraestruturas desportivas e,
O Estádio do Dragão visto do ar numa noite de Liga dos Campeões
O Icónico de Lusail, no Catar, vai custar 675 milhões naquele espaço, será construída uma piscina. A ideia é evitar que naquele espaço fique um verdadeiro elefante branco, tendo em conta a pouca utilização que está prevista para além de 2022. Na mesma cidade, mas construído para ficar, o Doha Port Stadium tem a particularidade de ter sido construído dentro de uma lagoa.
As condições climatéricas do Catar, um dos problemas mais preocupantes, tendo em conta as elevadas temperaturas, serão combatidas com a instalação nos estádios de uma verdadeira “cortina” que serve para resfriar. Tecnologicamente, será uma das medidas mais avançadas em todo o mundo, mas o que também preocupa é o choque térmico. Os efeitos visuais e as luzes
O Krestovsky recebeu jogos do Mundial da Rússia LED prometem ser, também, de um nível invulgarmente espetacular.
O Dragão não necessitou de tanta inovação para ser um estádio de referência. Construído de raiz ao lado do antigo Estádio das Antas, beneficia de localização privilegiada, com excelentes acessos para quem chega de carro, já que a autoestrada fica mesmo ao lado, e tem ainda uma excelente cobertura de transportes públicos, nomeadamente do metro, com a estação situada mesmo ao lado.
Localizado perto do centro da cidade e numa zona habitacional, o Dragão fica a perder no parqueamento, isto comparativamente com os estádios da Rússia e do Catar, mas em compensação permite até o acesso a pé. Por estarem longe dos centros urbanos (a 10/12 quilómetros), muitos delesconstruídosemterrenos descampados, os estádios do último e do próximo campeonato do mundo têm a vantagem de ter milhares de lugares para estacionar, rodeados de zonas verdes. E mesmo quando um recinto foi construído numa zona habitacional, como é o caso do Al Baytt, na cidade de Al Khor, à volta do estádio foi criado um espaço verde gigantesco, como se o palco tivesse sido colocado em cima de um tapete verde.