Greve na justiça adia audição a Bruno
ALCOCHETE Tanto o ex-presidente dos leões como Mustafá passaram boa parte do dia no Tribunal do Barreiro, mas apenas hoje começam a ser ouvidos
Duas paragens dos funcionários judiciais impediram o juiz Carlos Delca de ouvir os arguidos. Investigação pode prolongar-se mais seis meses, pela sua complexidade, o mesmo acontecendo às medidas de coação
Eram 9h39 quando Bruno de Carvalho e Mustafá entraram pela garagem do Tribunal do Barreiro. O ex-presidente do Sporting e o líder da claque Juventude Leonina, tratados como “arguidos” nas três notas informativas emitidas ontem, eram para começar a ser ouvidos pelo juiz Carlos Delca, no âmbito da invasão a Alcochete, mas tal não sucedeu. Uma greve dos funcionários judiciais adiou as diligências para as 11h00 e, às 16h00, devido a nova greve, já não houve tempo para mais, até porque os advogados exigiram o acesso a múltiplas cópias de documentos. Hoje, às 10h00, tudo prossegue e, apesar de uma greve geral, estão garantidos serviços mínimos. José Preto, advogado de Bruno de Carvalho, não teceu comentários, e hoje o ex-líder leonino, tal como Mustafá, decidirá se quer responder aos factos com que será confrontado ou se também escolhe o silêncio. Os arguidos passaram a terceira noite nas instalações da GNR, o primeiro em Alcochete, o segundo no Montijo. Ao que apurámos, o MP poderá propor o prolongamento de seis meses para mais investigações devido à complexidade do processo e, por acréscimo, também os detidos podem ver prolongadas as suas medidas de coação.