E-Toupeira: Júlio Loureiro convicto de que não será julgado
Arguido no caso e-Toupeira, cuja fase instrutória foi iniciada ontem, o funcionário judicial prestou declarações à juíza Ana Peres e mostrou-se convicto da sua inocência. “Correu bem”, disse
Advogado de José Nogueira da Silva, que está em prisão domiciliária, explicou que aconselhou o seu cliente a não falar em tribunal, algo que ainda poderá acontecer, em função da estratégia
Acusado de 76 crimes no âmbito do processo e-Toupeira, entre os quais corrupção passiva e oferta ou recebimento indevido de vantagem, Júlio Loureiro foi ontem ouvido no arranque da fase de instrução do processo, que teve início em Lisboa. À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o funcionário judicial do tribunal de Fafe reafirmou total inocência neste caso e foi perentório na resposta, ao ser confrontado com uma eventual ida a julgamento. “De certeza que não”, atirou Loureiro.
O antigo observador de árbitros esclareceu que a sessão foi proveitosa para a sua defesa, perante a juíza Ana Peres. “Correu bem. Penso que agora não há nenhuma dúvida ”, comentou Júlio Loureiro, que arrolou três testemunhas, ouvidas por vide o conferência.
Também presente, o advogado de José Nogueira da Silva, que esteve em prisão preventiva e entretanto viu a medida de coação revista para domiciliária, esclareceu que o seu cliente abdicou de prestar declarações na fase instrutória, algo que estava previsto para terça-feira, por mera estratégia processual. Sem grandes comentários sobre o e-Toupeira, Paulo Gomes referiu que não se arrepende da decisão tomada e limitou-se a acrescentar que as audições realizadas ontem decorreram “dentro da normalidade”. “Não vou falar do que se passa lá dentro. É por isso que [as audições] são à porta fechada. Vamos esclarecer tudo cabalmente”, alegou, admitindo, porém, que José Nogueira da Silva ainda poderá falar perante a juíza.
Nesta fase facultativa do processo será decidido se o caso prossegue para julgamento, sendo que no requerimento de abertura de instrução, a SAD encarnada entende que a acusação do Ministério Público é infundada. Ao invés, a investigação que apura a existência de alegadas toupeiras que passariam informações ao Benfica sobre processos judiciais a mando de Paulo Gonçalves – constituído arguido –, entende que Luís Filipe Vieira estava a par dessas condutas e nada fez para impedi-las. Como tal, a SAD encarnada foi constituída arguida e viu-lhe imputada a prática de 30 crimes (um de corrupção ativa, um de oferta ou recebimento indevido de vantagem e 28 de falsidade informática).
“Correu bem. Penso que agora não há dúvida nenhuma” Júlio Loureiro Arguido no e-Toupeira
“Vamos esclarecer tudo cabalmente. Audições decorreram com normalidade” Paulo Gomes Advogado de José Silva