O Jogo

CLAUDEMIR: REI DO PASSE ESTUDA PARA SER TRE INADOR

Exibição no Dragão reforçou o estatuto do médio em Portugal. Brasileiro aproveita passagem pelo Braga para começar a tirar o curso de treinador

- PEDRO MARQUES COSTA

Claudemir validou a ideia, no jogo frente ao FC Porto, que está entre os melhores médios-defensivos do campeonato. Experiênci­a e eficácia no passe são mais-valias para Abel Ferreira

Durante o último verão, o Braga viu partir os três jogadores do meio-campo que brilharam intensamen­te ao longo da última temporada: Vukcevic,D anilo e André Hortamud aram-separa outros campeonato­s e, naquele momento, Abel Ferreira anunciou que teria pela frente a difícil missão de montar um “motor novo” na equipa. Apesar da desconfian­ça inicial, a transição fez-se com relativa segurança, sobretudo porque a SAD descobriu Claudemir no Al-Ahli, da Arábia Saudita. O médio justificou a titularida­de logo no arranque, no empate fora (1-1) com o Zorya, mas uma lesão acabou por afastá-lo da partida da segunda mão (2-2), de má memória para os arsenalist­as – também falhou o empate (3-3) traumatiza­nte com o Santa Clara. Percebe-se agora, ainda com maior clareza, que a ausência de Claudemir foi um dos principais motivos para o afastament­o precoce na Liga Europa – a equipa sentiu a falta da experiênci­a, e não só, do médio.

No entanto, e logo na préépoca, o brasileiro mostrou ser capaz de preencher com eficácia dois requisitos fundamenta­is para ocupar a posição seis de uma equipa de Abel Ferreira: inteligênc­ia na forma como ocupa os espaços defensivos e, sobretudo, segurança com bola no momento ofensivo. Essas duas qualidades, confirmada­s durante o primeiro terço da temporada, saíram ainda mais reforçadas depois da grande exibição que o médio realizou na recente visita ao Estádio do Dragão – foi o melhor em campo do lado dos arsenalist­as.

Numa análise mais geral, detalhada no quadro apresentad­o em baixo, Claudemir coloca-se mesmo ao nível dos principais médios-defensivos do campeonato na maior parte dos itens mais relevantes para a posição, ainda que sobressaia sobretudo pelo que também consegue acrescenta­r do ponto de vista ofensivo. Na comparação com Danilo (FC Porto), Fejsa (Benfica) e Gudelj (Sporting), os mais utilizados na posição pelos três grandes, Claudemir consegue ser o único a ter participaç­ões decisivas em golos, no caso três – um marcado e duas assistênci­as. Para além disso, o médio do Braga também é o que tem melhor percentage­m de passes bem-sucedidos para a frente (84%), ou seja, os passes que exigem maior risco. No Dragão, por exemplo, o brasileiro teve um aproveitam­ento de cem por cento neste particular, com nove passes de risco bem-sucedidos.

Mas há mais: aos 30 anos, Claudemir também trouxe para Braga a experiênci­a de um campeão, adquirida com a conquista de títulos nacionais na Dinamarca (Copenhaga) e na Bélgica (Brugge). Esse passado, aliado à sua personalid­ade e ao interesse que revela pelo lado mais estratégic­o do jogo, transformo­u-o rapidament­e no líder da equipa em campo. Fora dele, Claudemir tem aproveitad­o a estadia em Portugal para começar a frequentar o curso de treinador.

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CLAUDEMIR SÓ FALHOU DOISJOGOS ESTA ÉPOCA, AMBOS POR LESÃO: RECEÇÃO AOZORYA (2-2) E DESLOCAÇÃO AO SANTA CLARA(3-3)
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