UF!, JÁ ESTÁ
NUM JOGO SOFRIDO, A SELEÇÃO FOI SUFOCADA NA PRIMEIRA PARTE MAS REAGIU
Fernando Santos “Equipa tem muito para crescer”
confirma final four no Dragão e no D. Afonso Henriques de 5 a 9 de junho
Etapa inicial mostrou uma Itália espezinhadora, mas a turma das Quinas ressurgiu mais subida e até andou pelos arrabaldes da vitória. Patrício e a linha defensiva mereceram o prémio. Isto, sem Ronaldo, note-se
A arte de Portugal é cada vez mais isto: sofrida, nada barroca, mas serve o seu propósito. Ontem, a equipa de Fernando Santos foi sujeita a uma enorme provação na etapa primeira do jogo e se a Itália não criou muitasoportunidadesdegolo, subjugou as hostes lusas nesse período. Contudo, a segunda parte contou uma história diferente e teve como epílogo o apuramento para a final-four da Liga das Nações. Agora, é ir a Guimarães para receber a Polónia em festa e preparar em casa a fase final.
A Itália começou mais autoritária e a aproveitar bem o seu corredor esquerdo, conseguindo alguns desequilíbrios, mormente com as investidas de Insigne. Contudo, isso não invalidou algum excesso de confiança dos italianos na sua zona intermédia. Se Portugal manifestava insuficiências defensivas na sua asa direita, demonstrava, em contraponto, apetência atacante pelo mesmo flanco – Cancelo conseguiu ganhar a linha um par de vezes, combinando bem com Bernardo Silva. Contudo, a marcação e o preenchimento do espaço português desde a meia direita até ao flanco continuava a soçobrar. A Itália lançou-se em busca da vitória de que necessitava e começou a dominar em definitivo, trocando a bola a bel-prazer, sem dificuldades em assomar no último terço luso – Jorginho e Verrati lideravam a manobra caseira já dentro do meiocampo oposto. William e Pizzi acabaram por trocar de posição para conferir a solidez que faltava. A missão passava em largar parte por barra Insigne, mas nada disfarçou.
Portugal não pegava no jogo e estava cativo na sua metade do campo à passagem da meia hora de jogo, limitando-se a conter. Só Patrício e um eixo defensivo voluntarioso evitaram que a Itália se colocasse à frente no marcador, numa altura em que a superioridade italiana era total, tamanha a inexistência lusa na transição. O sufoco era absoluto antes do intervalo.
Na segunda parte, parecia ouvir-se a mesma música, mas com Portugal ligeiramente mais subido. Immobile voltou a farejar o golo, mas Portugal equilibrou e aproveitou a falta de fulgor progressiva que acometeu a Squadra Azzurra. Para redimensionar o sector intermédio, João Mário entrou para o lugar de Pizzi. A turma de Fernando Santos começou a equilibrar-se e foi do 10 nacional que Portugal teve a sua primeira grande oportunidade de golo, após bela incursão de João Cancelo. Logo depois, uma nova grande oportunidade por William disse que a equipa das Quinas estava mesmo no jogo. Mancini tinha trocado de avançados, mas a Itália já não estava no comando e, a dez minutos do fim, mexeu no meio-campo, como precisava, até voltar a alterar na frente. Com o 0-0 a persistir e Portugal a ter em Raphael Guerreiro e Mário Rui dois laterais-esquerdos em campo, à entrada para os descontos Fernando Santos deu mais voltas à fechadura ao trocar André Silva por Danilo. Custou, mas chegou... e sem Ronaldo.