O Jogo

Mancini tem um tesouro no meio-campo

- DUARTE TORNESI

Jorginho e Verratti são talentos acima da média que, enquanto tiveram pernas, submeteram Portugal a um papel de mero figurante no jogo. No entanto, a classe e o labor do meio-campo transalpin­o, aliados à tradiciona­l solidez defensiva, esbarram na falta de instinto de Immobile, que, na Azzurra, se mostra uma sombra do matador que é na Lázio. Defesa Sucessor do mítico Buffon na baliza da Itália, Donnarumma mostrou ter a fibra dos grandes: na única vez que foi obrigado a trabalhar negou o golo a William com uma enorme defesa. Como José Mourinho disse (e bem), Chiellini e Bonucci têm todos os atributos para lecionar uma cadeira de “Bem Defender” em Harvard. Já Florenzi e Biraghi prometeram muito no início do jogo, com constantes subidas ao ataque, mas rapidament­e perderam gás. Meio-campo Revezando-se no papel de primeiro construtor de jogo da equipa de Itália, Verratti e Jorginho mostraram todos os atributos dos médios modernos, com ambos a revelarem autoridade nos duelos e excelente capacidade de passe. Surpresa no onze, o jovem Barella, de 21 anos, não destoou dos dois “monstros” e também deu bastante fluidez ao jogo italiano, arriscando, aqui e ali, incursões até à área lusa. Já Pellegrini deu nas vistas com um cabeceamen­to à figura de Patrício, nos descontos. Ataque Pela direita, Chiesa, sobretudo na primeira parte, logrou criar alguns desequilíb­rios, mas mostrou desacerto ao nível da decisão. Usando e abusando das diagonais da esquerda rumo ao corredor central, Insigne acabou por esbarrar na falta de pontaria. Presa fácil para os centrais, Immobile dispôs de uma única chance para marcar, negada por Patrício. Lasagna e Berardi não conseguira­m furar a fortaleza portuguesa.

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