“O meu pai ensinou-me a nunca desistir”
Se André André pudesse ficar com algo do pai enquanto jogador e antiga glória do FC Porto, escolheria um pouco de cabedal. A mentalidade vencedora, afirma, faz parte dos genes
Qual é o seu “feeling” para a Taça de Portugal?
—É ir à final e ganhar. Na conquista de 2013 também estava com “feeling”; aliás, estou sempre convicto que vou ganhar, tenho este bichinho comigo, gosto de ganhar títulos por onde passo e no Vitória também os quero ganhar.
O que será uma boa época?
—Ir às competições europeias e ganhar a Taça de Portugal seria fantástico.
Estar no Vitória dificulta mais o regresso à Seleção Nacional?
—Todos os dias trabalho com ambição. Continuo a pressionar-me em relação a esse objetivo, mas no bom sentido, isto é, de querer estar sempre a melhorar enquanto jogador. E ser chamado à Seleção é o auge para qualquer atleta.
Como é que um jogador se motiva ao fim de tantos anos a jogar?
—Eu não consigo acomodarme. Se tivesse 35 ou 36 anos continuaria a trabalhar diariamente no máximo; não consigo acomodar-me, nem ir abaixo com algo que me aconteça. Eu até posso não voltar à Seleção, mas vou dar sempre tudo para lá voltar. Quero chegar a casa com a consciência que dei tudo para atingir os meus objetivos. Pode não acontecer, mas eu vou fazer tudo para que aconteça. Essa mentalidade deve-se a fazer parte de uma família de jogadores? —Se calhar, sim. O meu pai ensinou-me muitas coisas e uma delas é não desistir; algo pode correr mal, mas é preciso tentar sempre a segunda vez.
Se pudesse transportar para si uma característica do seu pai enquanto jogador, qual seria?
—Um bocadinho de cabedal.
Mas para isso pode ir ao ginásio...
—Não chega. Ele tinha uma estrutura física bem mais forte do que a minha, era cada perna... Temos a mesma mentalidade na vontade de jogar, uma mentalidade vencedora, de nunca desistir e de trabalhar sempre em busca dos objetivos. Quem é o melhor? Não sei. Eu posso achar que sou eu, mas ele tem aqueles títulos todos, por isso...