FEIRA DE GOLOS E LENÇOS
Feirense alcançou os oitavos de final da Taça de Portugal, no Funchal, perante um Marítimo inseguro e sem alma, agravando ainda mais a crise da equipa de Cláudio Braga
A perder desde cedo, o Marítimo afundou-se na falta de confiança e de tranquilidade normais em quem leva já dez jogos sem vencer. João Silva bisou na qualificação do Feirense
O Feirense garantiu no Funchal a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal ao vencer o Marítimo por 3-0, agravando ainda mais a fase negativa dos madeirenses, que ontem somaram a quinta derrota consecutiva e a décima partida sem conhecer o sabor da vitória. Num encontro em que, mais que nunca, tinham de triunfar, os homens de Cláudio Braga até entraram melhor na partida e conseguiram mesmo criar a primeira oportunidade de perigo, através de um cabeceamento de Joel Tagueu, às malhas laterais, que deu a sensação de golo a alguns espectadores. Contudo, contra a corrente de jogo, o conjunto de Santa Maria da Feira mostrou maior eficácia e chegou ao intervalo já a vencer por 2-0, um par de golos do meio da rua. O primeiro foi uma bomba de João Silva, aos 11 minutos, e o segundo surgiu num remate de Edson Farias que bateu no companheiro de equipa Luís Machado e assim traiu o guarda-redes insular, que nada conseguiu fazer para evitar que a desvantagem no marcador aumentasse.
No reatamento da partida, o Marítimo surgiu ainda com vontade de virar o resultado através de uma ou outra situação de maior perigo, mas como nada acontecia com o passar dos minutos, a falta de confiança e uma grande intranquilidade tornaram-se notórias e, em consequência disso, o Feirense veio ainda a dilatar a diferença no marcador com bis de João Silva, que, solto na área, rematou forte e sem hipóteses para Charles. Após este terceiro golo foi evidente o descontentamento geral dos adeptos da casa, que por várias vezes brindaram a equipa visitante com “olés” e, no final da partida, mostraram o seu total desagrado com o aceno de lenços brancos e assobios bem ruidosos, na despedida do Marítimo da Taça de Portugal. O Feirense fez a festa e a crise agudizou-se nos Barreiros.