A BOA NOTÍCIA É QUE ACABOU AOS 5
Benfica foi humilhado pelo Bayern numa noite de terror. Defesa de papel, meio-campo permeável, ataque sem poder de fogo. Segue-se a Liga Europa
Robben, Lewandowski e Ribéry desfizeram os portugueses com golos e um futebol entusiasmante. Águias foram esmagadas na primeira parte e Vlachodimos ainda sacudiu mais dois ou três golos
Ponto final na passagem do Benfica pela Champions. A goleada sofrida no Allianz Arena confirmou o que há muito se tinha percebido: este Benfica não tem capacidade para competir na prova mais importante do calendário europeu. A consequência natural é a presença na Liga Europa, empurrado pelo Ajax que venceu também na noite de ontem o AEK, retirando o emblema grego da rota europeia.
E para quem prometia dar um forte safanão na crise (sim, porque esta ainda não desapareceu do horizonte), o que fez diante do Bayern foi muito pouco. Muito pobre. O Benfica foi praticamente inofensivo.
O descalabro começou na preparação do jogo e na incapacidade assustadora de neutralizar o vulcão que são os extremos alemães, Robben e Ribéry. Não é novidade para ninguém o que representam estes jogadores e a capacidade que têm para criar desequilíbrios, são praticamente imparáveis no um para um e gozaram de uma liberdade inacreditável. Depois, ou finalizam eles próprios ou “obrigam” Lewandowski a assumir esse papel. Todos pareciam saber disso, menos os jogadores do Benfica, que foram cometendo erros sucessivos cuja soma resultou em cinco golos sofridos, mas poderiam ter sido muitos mais não fossem algumas boas defesas de Vlachodimos. A falta de agressividade nos corredores diante de uma equipa que canaliza uma boa parte do seu jogo ofensivo por aí é suicídio e o Benfica permitiu que isso acontecesse. Tudo se tornou muito fácil para o Bayern a partir do momento em que percebeu que o caminho estava livre. Robben que o diga, pois começou por ameaçar a armada lusitana logo no arranque da partida e, pouco depois, ultrapassou três adversários e ainda enganou Gabriel e rematou para o 1-0. O holandês desbloqueou o jogo e a crise do Bayern. Ao mesmo tempo, confirmava as muitas deficiências que Grimaldo tem a defender, embora não seja o único responsável pela avenida deixada ao dispor do canhoto da equipa da Baviera. O Benfica foi esmagado durante a primeira parte. Desorganizado a defender, sem meio-campo (Fejsa, Pizzi e Gabriel passaram ao lado do jogo) e um ataque passivo (Rafa, Cervi e Jonas foram completamente dominados pelo adversário. Os dois primeiros, aliás, nem surgiram no apoio às tarefas defensivas), não conseguiu criar nenhum desequilíbrio e Robben voltou a dar nas vistas em mais uma arrancada da direita para o meio, com o Benfica a defender apenas com os olhos: 2-0 e a sensação de uma partida completamente resolvida. Mas havia mais no baú de Kovac, que voltou a respirar à custa das águias. Os lisboetas continuavam pouco agressivos na abordagem dos lances e Robben, Ribéry e Kimmich, sobretudo estes, aproveitaram o espaço para pedir a intervenção de Lewandowski. Ora, o polaco até gosta de desafios e derreteu o que sobrou da defesa benfiquista, saltando por duas vezes entre Conti e Rúben Dias. Resultado: mais dois golos. De permeio, Gedson ainda animou as hostes encarnadas, com uma boa combinação com Cervi e Jonas, mas insuficiente para assustar o adversário. Ribéry acabaria por fechar a contagem numa noite de terror para as águias, cujo desempenho e ambição deixaram muito a desejar.