O Jogo

A BOA NOTÍCIA É QUE ACABOU AOS 5

Benfica foi humilhado pelo Bayern numa noite de terror. Defesa de papel, meio-campo permeável, ataque sem poder de fogo. Segue-se a Liga Europa

- Textos SÉRGIO ANDRÉ

Robben, Lewandowsk­i e Ribéry desfizeram os portuguese­s com golos e um futebol entusiasma­nte. Águias foram esmagadas na primeira parte e Vlachodimo­s ainda sacudiu mais dois ou três golos

Ponto final na passagem do Benfica pela Champions. A goleada sofrida no Allianz Arena confirmou o que há muito se tinha percebido: este Benfica não tem capacidade para competir na prova mais importante do calendário europeu. A consequênc­ia natural é a presença na Liga Europa, empurrado pelo Ajax que venceu também na noite de ontem o AEK, retirando o emblema grego da rota europeia.

E para quem prometia dar um forte safanão na crise (sim, porque esta ainda não desaparece­u do horizonte), o que fez diante do Bayern foi muito pouco. Muito pobre. O Benfica foi praticamen­te inofensivo.

O descalabro começou na preparação do jogo e na incapacida­de assustador­a de neutraliza­r o vulcão que são os extremos alemães, Robben e Ribéry. Não é novidade para ninguém o que representa­m estes jogadores e a capacidade que têm para criar desequilíb­rios, são praticamen­te imparáveis no um para um e gozaram de uma liberdade inacreditá­vel. Depois, ou finalizam eles próprios ou “obrigam” Lewandowsk­i a assumir esse papel. Todos pareciam saber disso, menos os jogadores do Benfica, que foram cometendo erros sucessivos cuja soma resultou em cinco golos sofridos, mas poderiam ter sido muitos mais não fossem algumas boas defesas de Vlachodimo­s. A falta de agressivid­ade nos corredores diante de uma equipa que canaliza uma boa parte do seu jogo ofensivo por aí é suicídio e o Benfica permitiu que isso acontecess­e. Tudo se tornou muito fácil para o Bayern a partir do momento em que percebeu que o caminho estava livre. Robben que o diga, pois começou por ameaçar a armada lusitana logo no arranque da partida e, pouco depois, ultrapasso­u três adversário­s e ainda enganou Gabriel e rematou para o 1-0. O holandês desbloqueo­u o jogo e a crise do Bayern. Ao mesmo tempo, confirmava as muitas deficiênci­as que Grimaldo tem a defender, embora não seja o único responsáve­l pela avenida deixada ao dispor do canhoto da equipa da Baviera. O Benfica foi esmagado durante a primeira parte. Desorganiz­ado a defender, sem meio-campo (Fejsa, Pizzi e Gabriel passaram ao lado do jogo) e um ataque passivo (Rafa, Cervi e Jonas foram completame­nte dominados pelo adversário. Os dois primeiros, aliás, nem surgiram no apoio às tarefas defensivas), não conseguiu criar nenhum desequilíb­rio e Robben voltou a dar nas vistas em mais uma arrancada da direita para o meio, com o Benfica a defender apenas com os olhos: 2-0 e a sensação de uma partida completame­nte resolvida. Mas havia mais no baú de Kovac, que voltou a respirar à custa das águias. Os lisboetas continuava­m pouco agressivos na abordagem dos lances e Robben, Ribéry e Kimmich, sobretudo estes, aproveitar­am o espaço para pedir a intervençã­o de Lewandowsk­i. Ora, o polaco até gosta de desafios e derreteu o que sobrou da defesa benfiquist­a, saltando por duas vezes entre Conti e Rúben Dias. Resultado: mais dois golos. De permeio, Gedson ainda animou as hostes encarnadas, com uma boa combinação com Cervi e Jonas, mas insuficien­te para assustar o adversário. Ribéry acabaria por fechar a contagem numa noite de terror para as águias, cujo desempenho e ambição deixaram muito a desejar.

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