CHAMPIONS ESTÁ-LHES NO SANGUE
Apuramento e primeiro lugar do grupo garantidos à 5.ª jornada Marega é o único avançado, nesta edição, a marcar em quatro jogos seguidos MAIS UMA PÁGINA DOURADA NO CURRÍCULO INTERNACIONAL DOS DRAGÕES
Sérgio Conceição “Nós é que éramos os tubarões”
Semana de cimeira lusoalemã na Champions termina empatada: o Benfica perdeu em Munique e, ontem, o FC Porto despachou o Schalke com o troco, embora ambos sigam em frente
Afinal, a ideia de que os jogos começam todos empatados tem de ser revista: FC Porto e Schalke entraram neste a ganhar, porque a derrota do Galatasaray em Moscovo carimbou a passagem de ambos aos “oitavos” antes do arranque. Resolvido esse dilema, que era o mais importante de todos, os dois ficaram livres para discutir sem ansiedades a questão do primeiro lugar, ainda que, também aqui, não tenha demorado muito a perceber-se o desfecho dessa corrida. A ilusão de equilíbrio resumiu-se a uma primeira parte sem golos, porque o FC Porto foi tão, mas tão superior que conseguiu meter os alemães num bolso. E meteu também ao bolso um cheque gordo, a somar a outras medalhas – uma fase de grupos totalmente vitoriosa em casa e um Marega com pontaria digna de Jardel, que por sinal até estava na bancada.
No fundo, correu tudo bem. Ou quase, porque no início houve alguns soluços. Na verdade,nessafase,oSchalke ameaçou mais à custa de distrações defensivas do FC Porto, e nesse particular Maxi teve uma entrada em jogo a roçar o desastrado, do que pela capacidade de partir para o ataque de forma organizada e coerente. De resto, apesar de um o outro sobressalto, a tranquilidade de Casillas nunca esteve verdadeiramente ameaçada e foi na baliza contrária que os ânimos aqueceram.
Ou aqueceram pelo menos as mãos de Fahrmann, que misturou elasticidade e eficácia a bloquear duas bombas – uma de Danilo, que fez pontaria ao alvo com toda a força aplicada num disparo de pé direito; outra de Marega, a juntar habilidade a um remate forte que permitiu ao guarda-redes alemão defesa digna de uma fotografia para pendurar na sala de casa. O jogo parecia embalado para uma desgarrada, mas foi engano. Parou por aí. Os dragões dominavam, explorando sobretudo a ala esquerda, faltando-lhes intensidade para deixar o Schalke em aflições até ao intervalo.
A segunda parte, essa, foi outra loiça. Ou melhor: o FC Porto partiu a loiça toda. Mais intenso e afinado, embalou para um sufoco que foi empurrando os alemães à retaguarda. Daí ao golo de Éder Militão foi um instantinho, após canto bem desenhado por Corona e Óliver. Três minutos depois, o segundo. Brahimi e Corona, numa combinação digna de uma peça de filigrana, destaparam a defesa do Schalke e deixaram caminho aberto para o mexicano dar uma estocada final de classe. Tudo fácil. E bonito.
A vantagem era boa, mas os portistas insistiam em abrir o livro. Aliás, Felipe até experimentou chegar à baliza de bicicleta. Pelo meio, alguns lances do laboratório de Sérgio Conceição deram nas vistas, com destaque para um livre de Óliver que deixou Corona perto do bis. Um pouco contra a corrente, o Schalke reduziu, de penálti, e ganhar pela margem mínima não seria justo. Faltava ainda o tal golo de Marega que o deixaria com o registo idêntico a Jardel, de marcar em quatro jogos consecutivos da Champions. O maliano marcou dois em minutos – um foi anulado por fora de jogo, o outro valeu mesmo. E, pronto, não houve tempo para mais...