O Jogo

A pior saída

- Sérgio André sergio.andre@ojogo.pt

Não podia ter sido pior o desfecho do folhetim Rui Vitória: Vieira escolheu a pior opção para o futuro imediato do Benfica. E isto não tem a ver com a qualidade ou carácter do treinador que conduziu a equipa à conquista de dois títulos de campeão nacional; tem a ver, sim, com os vários sinais negativos que passaram para o exterior em meia dúzia de horas. Primeiro: a SAD e os seus administra­dores, com Vieira à cabeça, deram uma imagem de total desnorte, desespero e descredibi­lização, com avanços e recuos inacreditá­veis numa empresa que se diz dez anos à frente dos rivais. Segundo: o balneário pode agora esconder-se na convulsão administra­tiva para explicar o mau rendimento. Terão legitimida­de para isso, patrocinad­os pelas altas esferas do clube. Terceiro: perda total de autoridade de Rui Vitória junto do plantel, que já não contava com o atual treinador. Com que cara irá o ex-(novo) técnico olhar para os ex-(novos) jogadores? Também por culpa própria, Vitória sai muito mais fragilizad­o da situação, porque admite que empurrem o seu futuro com a barriga e aceita todas as regras que lhe são impostas, sejam elas quais forem. Quarto: técnico e jogadores já perceberam que, a qualquer momento, a corda irá partir-se e, quando assim é, o confronto está a um pequeno passo. Quinto: desconfian­ça dos adeptos em relação à SAD, ao treinador e à equipa aumenta, com reflexos no apoio semanal. A única parte positiva deste processo foi Luís Filipe Viera não ter fugido às questões que lhe foram colocadas na conferênci­a de Imprensa e não ter caído no ridículo de dizer que tudo o que foi escrito era mentira.

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