“FOI UMA LUZ QUE ME DEU”
O presidente das águias assumiu a “responsabilidade” de manter Rui Vitória, “importante para o projeto”, e lançou farpa aos rivais: “Vejam quantos treinadores tiveram em dez anos”
Para o líder dos encarnados, o técnico continua a ser “o homem certo no lugar certo”. Frisou que Vitória “será o treinador até final da época” mas não deu garantias até 2020, quando termina contrato
“Vamos diretos ao assunto e sem rodeios: Rui Vitória continuará a ser o nosso treinador” – foi desta forma taxativa que Luís Filipe Vieira começou ontem, às 20h00, na Luz, a explicar as razões que o levaram a mudar de ideias sobre o despedimento do treinador,decidido na véspera, como O JOGO noticiou. O presidente do Benfica deitou-se com a decisão de trocar de técnico, mas após uma noite no Seixal virou a agulha. “Ontem [anteontem] assumi um compromisso, mas a cabeça não deu para isso... Foi uma luz que me deu e acredito que é por ali que vamos ganhar. Não podemos andar aos empurrões. Não é por termos perdido um campeonato e sairmos da Champions que alguma coisa transforma o Benfica”, disse Vieira, que só assegurou Vitória... até junho. “Temos plantel suficiente para a reconquista. Para mim, Rui Vitória será o treinador até final da época, a não ser que surja algum imprevisto”, disse, sem falar da duração do contrato até 2020.
O líder encarnado explicou a permanência do técnico. “Falámos sobre a sua continuidade ou não, por isso as notícias que têm vindo a público não são por culpa da comunicação social. Rui Vitória é um treinador comprometido com o projeto do Benfica, continuo a pensar queéo homem certo no lugar certo. É importante para o projeto do Benfica que Rui Vitória continue”, afirmou, apontando divergências na SAD. “Temos uma Direção, administradores, e às vezes nem todos alinhamos para o mesmo sítio. Mas com a decisão tomada, somos solidários entre todos. Não sou um presidente resultadista, sou mais estratégico, e nenhum benfiquistaque votou em mim deve estar arrependido”, rematou, aludindo ao passado: “Jorge Jesus também teve os dois pés fora e todos diziam para sair, mas tive um feeling...” A mudança de Vieira até causou “perplexidade” ao diretor-geral, Tiago Pinto, mas o líder assumiu a decisão: “A responsabilidade assenta em mim nesta decisão, apesar de, numa reunião de um grupo de pes- soas, estar encaminhado para outra decisão. Entendo que alguns não estejam satisfeitos, eu também não estou, como devem imaginar, mas não posso tomar decisões emocionais.”
Pelo meio ficou a fé em Vitória e uma farpa aos rivais: “Continuo a acreditar e os títulos estão em aberto em Portugal. O Benfica, nos últimos dez anos, apenas teve dois treinadores, que ganharam 16 títulos. É verem que títulos e a quantidade de treinadores tiveram os rivais.”