O Jogo

Fernando Gomes reeleito para o comité executivo

PROMESSA Líder reconduzid­o garantiu mais uma vez que com ele e com Agnelli não haverá Superliga Europeia

- MANUEL QUEIROZ

Conforme o esperado, o esloveno foi reconduzid­o por aclamação na presidênci­a do organismo europeu. Fernando Gomes, líder da FPF, mantém as pastas que tinha

Fernando Gomes foi reeleito para vice-presidente do Comité Executivo da UEFA e Aleksander Ceferin para um segundo mandato como presidente no 43.º Congresso da UEFA, que se desenrolou ontem de manhã em Roma, no magnífico Hotel dei Cavalieri.

O presidente da FPF foi reeleito por voto secreto e continuará assim, num segundo mandato de quatro anos no principal órgão da UEFA. Ultrapassa­rá os seis anos de Silva Resende, mas na verdade fará dez, porque antes do primeiro mandato foi membro não eleito, por convite doentãop residente Miche lP la tini. Na altura, Gomes tinha muitas possibilid­ades de ser eleito tirando o lugar a um membro cessante, amigo do francês, pelo que o antigo jogador preferiu convidá-lo deixando a indicação de que daria o apoio possível na eleição seguinte.

Fernando Gomes foi também reeleito como membro do Conselho da FIFA, mas aqui por aclamação, porque só ele e o cipriota George K um asse tinham candidatad­o para o períodode quatro anos, enquanto o alemão Reinhard Grindel foi eleito para um mandato de apenas dois anos, também por aclamação. O presidente da FP Fé o primeiro português a sentar-se nos cadeirões da organizaçã­o que manda no futebol mundial.

De resto, todos os pontos da ordem de trabalhos foram aprovados sem nenhum voto contra e sem que algum dos delegados das 55 federações tenha pedido a palavra para solicitar algum esclarecim­ento. É algo bastante habitual nestes congressos, diga-se de passagem. Aleksander Ceferin ausentou-se da sala no momento da sua eleição, mas a ausência não durou mais de dois minutos, porque também foi eleito por aclamação, já que não havia mais candidatos.

A UEFA apresentou um resultado de cinco milhões de euros negativos em 2017/18, porque geralmente é nos anos de campeonato da Europa que melhoram os números. Para se perceber, no ciclo 2019/20 o Europeu terá receitas de 2,2 mil milhões de euros, pouco menos de metade do total do que recebe a UEFA. Hoje, 45% das receitas vêm de provas de seleções e outro tanto das dos clubes, sendo que a UEFA faz gala de distribuir por clubes e federações 80% do que recebe. De qualquer modo, o resultado será de 136 milhões de euros, segundo o orçamento para estes dois anos de atividade.

No seu discurso de aceitação, Ceferin falou da “unidade restabelec­ida” depois de ter chegado ao poder com um futebol completame­nte partido. “A UEFA deve ser respeitáve­l, respeitada e respeitado­ra”, disse ele, fazendo um grande elogio ao presidente da Juventus, Andrea Agnelli, que lidera a Associação de Clubes Europeus (ECA). UEFA e ECA assinaram anteontem um novo Memorando de Entendimen­to, no seguimento do que tinham assinado em 2015, em que se reconhece a necessidad­e de trabalhar em conjunto, de manter os princípios da boa governação, do fair play financeiro, de proteger o jogo do doping e do “match fixing”, além de defender a entrada por mérito nas competiçõe­s europeias.“Co migo eco mAn dr e anão haverá uma Super liga Europeia”, já tinha dito Ceferin. De resto, referiu que a criação da terceira competição europeia de clubes para o ciclo 2021-24 será uma realidade “que permitirá a novas federações participar­em em jogos com verdadeiro significad­o”, além de ter sublinhado que a Liga das Nações, que terá a fase final em Portugal em junho, “já é um grande sucesso”, bem como a centraliza­ção dos direitos televisivo­s mesmo para os jogos particular­es entre seleções.

“Respeito”, acrescento­u Aleksander Ceferin, também significa respeito pelas regras. “Aqueles que fazem batota devem ser castigados”, sublinhou. “Nem que seja apenas por respeito a todos aqueles que fazem o esforço e sacrifício­s necessário­s para cumprir as regras. É uma mensagem que se aplica ao doping, à viciação de resultados, ‘fair play’ financeiro e corrupção.”

“Com a unidade restaurada, seremos também uma força do bem para ajudar a FIFA”, disse Ceferin perante Gianni Infantino, presidente da FIFA, que estava também na sala do hotel da capital italiana.

O presidente da UEFA anunciou ainda a vontade de trazer para a Europa o Mundial de 2030 e que dentro de seis meses estará a funcionar a nova plataforma OTT da UEFA, mas não foi mais específico sobre o que quer dessa ferramenta ligada às capacidade­s da internet. Mas falou do acordo feito com a Alibaba, empresa chinesa de e-commerce e não só, um acordo que “será muito mais do que um patrocínio”, porque permitirá também desenvolve­r áreas de novas tecnologia­s no futebol europeu.

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