QUASE HAVIA SOLUÇÃO PARA O TRAUMA MINHOTO
Depois de perder a final da Taça da Liga em Braga, o FC Porto empatou em Guimarães e ontem, de regresso ao Minho, voltou a ceder dois pontos
Moreirense justificou o excelente campeonato que está a realizar, mas nos últimos minutos o FC Porto mostrou garra e crença para chegar ao empate. E até podia ter saído com os três pontos Os ares do Minho parecem fazer mal ao FC Porto. Depois de perder a final da Taça da Liga, em Braga, os dragões desperdiçaram quatro pontos nos últimos dois jogos. Primeiro em Guimarães, ontem em MoreiradeCónegos.Umtraumaque até podia ter solução se Fernando Andrade tivesse marcado no último minuto. Ou melhor, se Jhonatan não tivesse feito uma defesa monstruosa. O mérito a quem o tem e o guarda-redes brasileiro merece todos os elogios. Voltou a ser decisivo, tal como havia acontecido na época passada, igualmente a contar para o campeonato. Nessa altura, o jogo terminou a zeros e o guardião, que sofreu uma pancada na cabeça, pensava que tinha perdido, porque não sabia que o golo de Waris tinha sido anulado por fora de jogo.
Este texto começou praticamente pelo fim, e isto porque a defesa de Jhonatan foi o momento do jogo, mas vale a pena explicar o que levou ao empate, num jogo em que os dois treinadores não contaram com duas peças importantes. Ivo Vieira ficou sem o médio Loum, que se transferiu para o FC Porto no último dia do mercado, enquanto Sérgio Conceição não pôde contar com Marega, que se lesionou com gravidade em Guimarães. E se o técnico do Moreirenseoptou,compreensivelmente, por troca por troca e apostou em Neto; o treinador dos dragões mexeu na estrutura da equipa, colocando Danilo ao lado de Óliver, ficando Herrera no apoio a Soares, a referência do ataque portista. O avançado brasileiro até dispôs das primeiras oportunidades para marcar, mas a pontaria estava fraca. Era, no entanto, um início prometedor. Respondia a equipa da casa com contraataques perigosos, conduzidos, invariavelmente, por Chiquinho, um jogador a ter em conta, e que certamente não ficará em Moreira de Cónegos por muito tempo. Talento não lhe falta.
Com o jogo empatado ao intervalo, o FC Porto sentiu maiores problemas de ligação no segundo tempo. Havia muitas trocas de bola, é certo, mas poucas soluções. O jogo começava a ficar partido e o Moreirense acreditava na vitória. Criou mesmo as melhores oportunidades quando o nulo ainda se mantinha e chegou ao golo aos 79 minutos, através de Texeira, que ontem se estreou como titular. O avançado marcou, na recarga, depois de um cabeceamento de Halliche à trave. Isto numa altura em que os dragões já tinham alterado a sua estrutura com as entradas de Otávio e Fernando Andrade para os lugares de Pepe e Óliver. Dessa forma, e com a passagem de Éder Militão do lado direito da defesa para o eixo, Corona recuou no terreno. No meiocampo, Herrera passou a jogar ao lado de Danilo, ficando o ataque entregue a Soares e a Fernando Andrade.
A perder e a perceber que o jogo não ia lá com muitos toques de bola a meio-campo ou com os vários cruzamentos, a maioria deles mal executados, o FC Porto passou, então, a um jogo mais direto, até porque nessa altura já contava com André Pereira. E foi numa bola colocada para a área que Herrera empatou. Um golo que moralizou os campeões nacionais, que podiam ter resolvido o trauma minhoto se Fernando Andrade tivesse marcado. Ou melhor, se Jhonatan não tivesse evitado o golo com uma grande defesa.