Ao novo N’Dinga só falta marcar
V. GUIMARÃES Vítor Campelos poliu Joseph na equipa B durante três épocas e atribuiu-lhe uma alcunha especial por ser um exímio conquistador de bolas
Em Portugal desde 2014, Joseph ainda não fez qualquer golo. O extreinador dos bês acredita que o grande momento acontecerá quando aparecer “em zonas de finalização” com ousadia
De temperamento introvertido, Joseph Amoah transforma-se em campo. É monstruoso na recuperação de bolas, a percorrer distâncias improváveis e a combinar lances a meio-campo, pelo que já leva quatro jogos seguidos como titular, depois de ter sido lançado por Luís Castro, de forma surpreendente, contra o Benfica nos quartos de final da Taça de Portugal. Sempre foi assim. “Parece elástico”, observa Vítor Campelos, assumindo que depressa ficou impressionado com o jogador ganês quando assumiu o comando da equipa B, em 2015/16, ao ponto de o comparar com um dos ícones vitorianos dos anos 1980 e 1990. “Em conversas com os meus adjuntos, chamava-lhe N’Dinga. Tem muitas coisas parecidas com ele, especialmente pela capacidade para recuperar muitas bolas. Curiosamente, um blogue de adeptos do Vitória fez recentemente a mesmo alusão, colocando juntas as fotos dos dois jogadores. Acho que isso se generalizou”, graceja.
Durante três épocas, Campelos tratou de aperfeiçoar as características de Joseph, mas ainda sobrou trabalho para Luís Castro. Faltam golos ao número 43. “Pegávamos sempre com ele por causa disso. Jogando na posição 8, tem de aparecer mais vezes em zonas de finalização e de ser mais ousado na hora de rematar. Precisa de acredit armais ”, observaCampelos, embora certo de que a estreia ocorrerá em breve por ser um perfeccionista. “Parece uma esponja a absorver a informação. Quer muito aprender para se tornar melhor jogador. É muito rigoroso em termos táticos e muito forte no um contra um em termos defensivos”, assinala.
Já a desenvoltura com que receciona bolas e sai a jogar é reflexo de muito suor vertido nos treinos. “Fizemos um trabalho exaustivo com ele e com os outros em termos de posicionamento. Deixou de receber bolas de costas totalmente voltadas para a baliza. Tornouse, por isso, fortíssimo a jogar entre linhas devido à qualidade das suas receções e à sua progressão com bola”, explica Vítor Campelos.
Amigos: Joseph partilhava casa com Konan (Stade de Reims) e Tyler Boyd (Ankaragucu) “Fui o primeiro a chamar-lhe N’Dinga e isso generalizou-se” Vítor Campelos Ex-treinador da equipa B