O Jogo

O dilema do treinador de bancada

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Quando a contrataçã­o do Pepe foi confirmada, levantei as mãos aos céus e agradeci a dádiva. Sentado na cadeira de sonho, que é o meu sofá nos dias em que não posso ir ao estádio, imaginei o FC do Porto a pedir meças com as melhores defesas da Europa. Militão, Felipe, Pepe e Alex Telles, com este quarteto defensivo até a Roma estava dada como eliminada, na Liga dos Campeões. Exageros à parte, em teoria, o FCP não podia ter melhor defesa, mas na prática até teve, antes de Pepe chegar. E não, a culpa não é do Pepe, que continua a fazer muita falta a este clube que fez dele um dos melhores centrais do mundo. A verdade é que Militão tarda em ser um bom lateral-direito, já sem pedir que seja tão bom comoéajog ara central, e a dupla de centrais com Pepe a jogar na esquerda é inferior à anterior dupla. Ou seja, Corona, Felipe, Militão e Alex deram melhor resultado. Dito isto, da teoria à prática pode ir uma grande distância e ela só será ultrapassa­da se houver persistênc­ia, se o treinador não desistir e insistir no quarteto defensivo atual. Só assim serão criadas rotinas que façam dessa defesa uma defesa de boa memória para todos os portistas. Mas pode acontecer que, a partir da minha cadeira de sonho, eu esteja a laborar num erro e que a música que ouço, endeusando o quarteto, seja afinal o cântico das sereias, atraindo a equipa para uma soberba que nos fez perder seis pontos nos últimos quatro jogos fora. Aqui, que ninguém nos ouve, senhor treinador Sérgio Conceição, o que lhe peço é que use o seu discernime­nto para resolver rapidament­e este problema que um treinador de bancada não consegue resolver.

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