O Jogo

“OLHAMOS SÓ PARA NÓS”

BRUNO LAGE Apesar do deslize do FC Porto com o Moreirense, o técnico do Benfica lembra que há “quatro pontos de desvantage­m” para o campeão nacional. Mas assume andar “satisfeito”

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Frente ao Nacional só ganhar está no pensamento do treinador das águias, que não pondera poupanças mesmo com um calendário apertado nas últimas semanas e a poucos dias de ir à Turquia

Cerca de um mês após assumir o comando do Benfica, Bruno Lage faz já uma comparação entre a equipa que defrontou o Rio Ave, após a saída de Rui Vitória, e os recentes embates com o Sporting, para a I Liga e Taça de Portugal. O técnico vê um saldo positivo: “Fizemos a equipa crescer, evoluir com vitórias e é essa a comparação que faço”, afirmou na antevisão da receção ao Nacional.

O empate do FC Porto com o Moreirense é uma motivação extra para o plantel do Benfica?

—A motivação tem de ser máxima e olhamos para aquilo que é nosso. Ainda no último jogo, com o Sporting, sabíamos que era importante, um dérbi depois de outro dérbi, e coloquei o foco na tarefa, na nossa forma de jogar. Esse tem de ser o nosso caminho. Ainda estamos em desvantage­m para o FC Porto, uma desvantage­m de quatro pontos, e vamos entrar determinad­os em jogar bem para conseguirm­os os pontos que nos permitam chegar à frente. A maior pressão que coloco em mim e nos jogadores é na nossa determinaç­ão.

O Benfica é o grande que melhor futebol pratica nesta fase da época?

—É uma pergunta difícil. Eu fujo sempre a comparaçõe­s. Mas o que tenho visto é a nossa evolução e isso deixa-me satisfeito. Jogos como contra o Rio Ave e o que foram estes dois últimos com o Sporting deixam-me feliz pois mostram uma boa evolução, num mês e com calendário muito apertado. Fizemos a equipa crescer, evoluir com vitórias e é essa a comparação que faço.

Esperava, ao fim de tão pouco tempo, ter da equipa uma resposta tão positiva?

—Não esperava nem uma coisa nem outra. O caminho faz-se caminhando. Há equipas onde se chega lá com menos tempo, outras com mais. O mais importante foi percebermo­s o que cada jogador podia valer. Ainda não os conheço na totalidade, pois isso só acontece quando têm possibilid­ade de jogar e, neste momento, nem todos tiveram essa possibilid­ade. Temos vindo a criar ligações e dinâmicas, o que foi muito bom. O calendário tem sido apertado e a forma de jogar da equipa parece causar mais desgaste. Quando fará alguma gestão de jogadores? —Se tivermos mais bola, estamos a defender menos tempo e os jogadores estarão mais preocupado­s em atacar. Eu evito sempre perguntas de se e de quando, pois temos de viver o dia a dia. Vamos ver quem está disponível para jogar amanhã [hoje] e, a seguir, teremos mais quatro dias para preparar o próximo jogo, é assim que pensamos. Responder a ses e a quandos é responder a situações que não são concretas e que não são reais. O que me deixa satisfeito é estarem todos empenhados, aplicados a pensar mais no nós do que no eu. Isso deixanos muito satisfeito­s com o trabalho deste mês.

“A motivação tem de ser máxima e olhamos para o que é nosso. Esse tem de ser o caminho” “O mais importante foi percebermo­s o que cada jogador podia valer”

Bruno Lage

Treinador do Benfica

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