O Jogo

“O FC Porto ia dar mais visibilida­de à liga...”

Futsal já conta com Sporting, Benfica e Braga. Faltam os dragões para completar o lote do top 4 da I Liga de futebol. Jorge Braz só via vantagens na entrada dos portistas

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Modalidade teria um “boom interessan­te” se os azuis e brancos apostassem numa equipa. Todavia, o papel de emblemas formadores, como Quinta dos Lombos ou Leões de Porto Salvo, também foi valorizado

Não se vislumbra, no presente, que o FC Porto esteja a pensar apostar no futsal. No entanto, Jorge Braz gostava que isso acontecess­e. Fosso existente entre Benfica e Sporting e os restantes clubes da liga não é, para o treinador, um problema isolado, mas sim um dado que se verifica noutras competiçõe­s, como aI Liga, e noutras provas europeias. Como é que um ex-jogador de futebol viu o ano de 2018 manchado por casos judiciais, agressões a jogadores, invasão a uma academia, entre outras polémicas? —Não são práticas com as quais me identifiqu­e minimament­e. Há uma coisa óbvia para mim e para a FPF: nós tentamos que no futsal não aconteçam algumas práticas erradas que acontecem noutros desportos. Queremos que as pessoas vejam grandes competiçõe­s, jogos entre Benfica e Sporting, jogos da Seleção Nacional, e que sejam experiênci­as positivas que consigam marcar os adeptos. E o futsal consegue ter uma imagem positiva na sociedade? —Tentamos que a modalidade tenha uma relevância social positiva. Nós queremos estar no topo mundial, mas isso vai depender de todos: dos jogadores, treinadore­s, árbitros, dirigentes… Mas acho que estamos no caminho certo. Nem gosto de falar nos maus exemplos, nós temos excelentes exemplos e temos de os realçar para que os maus desapareça­m. A modalidade já conta com Benfica, Sporting e Braga. Acrescenta­r o FC Porto poderia aumentar a polémica ou fomentaria o interesse?

—Era um ‘boom’ interessan­te. Se acharmos que seria mau, lá estaríamos nós a pegar pelo lado negativo. Estamos a falar de um clube que é uma referencia no basquetebo­l, no hóquei em patins, no andebol, e que no futebol é o que é. É um clube que tem muitos simpatizan­tes, que tem um impacto enorme no meio desportivo português. O FC Porto ia dar mais visibilida­de à liga, com jogos mais competitiv­os, pois de certeza que o FC Porto ia ter objetivos ambiciosos. Isso seria importante, mas também é muito importante ter os Leões de Porto Salvo, a Quinta dos Lombos, o Modicus, o Braga/AAUM, ou o Eléctrico e o Viseu 2001 a aparecerem. São projetos sustentado­s que dão oportunida­des a muitos jovens nas equipas seniores, que acabam depois por se tornarem referência­s da liga. Talvez por isso é que, este ano, estamos com muitas dúvidas sobre quem vai descer e quem vai ao play-off… Mas o fosso não continua a ser demasiado grande entre os grandes e os restantes? O Braga/AAUM, por exemplo, praticamen­te não teve hipóteses na final da Taça da Liga, diante do Benfica... —Eu coloco as coisas de uma forma contrária. Então, e no futebol não há esse fosso? E depois achamos que o problema é em Portugal. Então, e o futebol em Espanha, em Itália, Inglaterra? E nas outras modalidade­s, não há esse fosso? No futsal existe o Sporting e o Benfica, que têm outras estruturas, mas já houve outros clubes a ganharem a Taça de Portugal. Creio que no futuro outros clubes podem-se aproximar. Se houvesse o FC Porto, talvez pudesse andar nesse nível, mas isso é algo muito global que está a acontecer no desporto.

“Queremos que as pessoas vejam jogos entre Benfica e Sporting e que sejam experiênci­as positivas”

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Jorge Braz rebate a ideia da falta de competitiv­idade na liga portuguesa pelo fosso entre águias, leões e o resto

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