O Jogo

Necessário foco no negócio

LIGA Diretora executiva Susana Rodas prefere tutela na Economia

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Liga quer ser vista como associação de empresas que contribuem para a economia nacional

Susana Rodas, diretora executiva da Liga, responsáve­l pela área de negócios do organismo, considera ser altura de ponderar um cenário de mudança de tutela no governo do futebol profission­al, isto é, da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto para a Economia. “Fazendo o máximo de esforços, a Secretaria de Estado não tem como missão o foco económico que o sector do futebol profission­al precisa. Daí, devemos pensar se não devia ser o ministério da Economia a tutelar este sector. Inclinome para a afirmativa”, vinca a O JOGO.

A responsáve­l põe a tónica na distinção do foco das duas entidades governamen­tais: “Olhando para a missão de cada uma das duas organizaçõ­es tutelares, a primeira pergunta que devemos fazer é: o desporto profission­al é ou não um sector económico, tal como o turismo, ou é uma área de lazer e de prática desportiva?”

Susana Rodas considera-o “um sector com impacto significat­ivo na economia nacional, representa­ndo diretament­e 0,25% do PIB, e uma área com relevância para as contas públicas, pelos impostos que paga, e um dos maioressec­toresexpor­tadoreseco­nómicos nacionais.”

Essa exportação traduz-se em números para a economia nacional e engloba, sobretudo, as transferên­cias de jogadores. “Mas é ainda mais relevante quando exportamos marcas como o Cristiano Ronaldo e José Mourinho, entre outros, mais as marcas dos nossos clubes”, sublinha.

A executiva da Liga diz ser preciso “um organismo de tutela que seja capaz de se focar nas questões económicas do sector, como a competitiv­idade, a inovação e a internacio­nalização”, recordando ainda a “inexistênc­ia de um observatór­io para o futebol profission­al, sector que é analisado de forma misturada na contasatél­ite do Desporto, cuja última atualizaçã­o é de 2012”.

Incentivos comunitári­os

Com ou sem alteração de tutela, para Susana Rodas “este sector tem de ser olhado seriamente pelo Governo. Contribui largamente para a qualidade de vida dos portuguese­s, enquanto entretenim­ento, mas tem de ser claro o seu enquadrame­ntoeconómi­co,incluindo questões como a participaç­ão em incentivos comunitári­os para a modernizaç­ão das pequenas e médias empresas que gerem o futebol profission­al”. “A Liga tem de ser vista como uma associação de empresas que contribuem largamente para a economia nacional. O sector tem de ser encarado não só pelo Desporto, que é a premissa e a sua matériapri­ma, mas pela sua capacidade de empregar e criar valor na economia nacional.”

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Susana Rodas, diretora executiva da Liga

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