O Jogo

GRAU 10 NA ESCALA DE RICHTER

que o Benfica não vencia Há 55 anos por dez para o campeonato

- Textos FILIPE ALEXANDRE DIAS

ÁGUIAS ESMAGAM O NACIONAL COM UMA GOLEADA HISTÓRICA E ENCOSTAM-SE AO FC PORTO

Lage: “Dependemos de nós e sinto que os astros se alinharam”

Ficou provado porque, à partida para o jogo, o Benfica era o melhor ataque da Liga e o Nacional a pior defesa. Em noite de homenagem a Chalana, as águias mostraram garra, dinâmica... e inclemênci­a Quem achava que goleadas destas já não se faziam, está convidado a conhecer um fenómeno intrigante e espantoso chamado realidade. Quem estranhava o facto de, à partida para este jogo, o Benfica ter o melhor ataque da Liga e o Nacional a pior defesa, deixese disso. Quem duvidava que Lage ia puxar esta equipa pelos colarinhos, incutir-lhe raça, dinâmica e fluidez assentes no recuperar do 4x4x2, então passe às certezas. E quem sonhava que este Benfica agigantado, de olho no topo onde o FC Porto se tenta segurar, era fogo de vista, então – como dizia Muhammad Ali – é bom que acorde e peça desculpa. A realidade é uma coisa tramada e fica um lembrete: mesmo a perder, este Nacional tinha feito bons jogos em Alvalade e no Dragão.

Vamos ao jogo. O Benfica entrou em festa, por Grimaldo, aos 35 segundos. Ainda ninguém sabia, mas estava dado o mote. Os encarnados começavam eficazes, a amolgarem o corredor direito da defensiva madeirense. Aos 17’ Costinha perdeu o lateral Filipe Ferreira por lesão e pôs Witi, um extremo, no flanco destro, na procura de corpo ofensivo. Contudo, esse estava todo do outro lado. O Benfica assomava por todos os corredores, surgindo com estrépito e quase sempre em situações de finalizaçã­o. O segundo golpe, por Seferovic, surgiu com naturalida­de, tal a falta de resposta do Nacional para defender. Cada vez mais encostado às cordas, o coletivo insular nem na derradeira linha contrariav­a o adversário. O Benfica não deixava o Nacional sair, era veloz na recuperaçã­o e surgia com a maior variação e facilidade nas redondezas do golo. Resultado aos 27’: 3-0. Bem apoiado pelo overlappin­g de André Almeida, Pizzi cortava da direita para dentro; Félix andava por toda a parte; Rafa e Grimaldo sobre a esquerda faziam o que queriam e Seferovic distribuía e faturava entre o centro e a esquerda. Cá atrás, Samaris e Gabriel estrangula­vam na calma.

À entrada para o segundo tempo, um livre de Pizzi para JoãoFélixs­urgirsemni­nguém dar por ele (já é um clássico) deu no 4-0, que parecia mandar o jogo para a cama. Nada disso. O quinto e o sexto saíram em dois minutos e até Ferro se estreou a marcar. A carregar nas estreias, Lage fez Florentino debutar e aos 64’ entrou o 7-0. Era simples: em quatro oportunida­des no segundo tempo, o Benfica fez quatro golos. A tendência não mudava; só mudava a eficácia encarnada. O Nacional continuava manietado e o Benfica explorava ao máximo a incapacida­de madeirense, gerando perigo em torrentes. Jonas ainda entrou para ganhar corpo no 4x4x2 de Lage... e bisar. Os encarnados mandavam sobre cada pedacinho de grama face a um adversário totalmente escarranch­ado, incapaz, até, de trocar a bola. O caminho até à tareia foi tão cruel quanto merecido. Bastava olhar para o que se passava.

Agora este Benfica volta à Europa. Cá dentro, é um perigo. Dos antigos, senhores.

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 ??  ?? Bruno Lage promoveu Florentino e deu-lhe a estreia
Bruno Lage promoveu Florentino e deu-lhe a estreia
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