O Jogo

“Forza, amico Conceição!”

Mundo laziale gostou da demonstraç­ão de afeto do treinador na reação ao sorteio da Champions

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Adeptos biancocele­sti deixaram-se conquistar pelo espírito lutador do antigo extremo e há quem diga que ainda teria lugar. Como o tempo não volta para trás, querem é que derrote o rival romano

“Continuo sempre a dizer: Força, Lázio.” A frase que marcou a primeira reação de Sérgio Conceição ao sorteio da Liga dos Campeões, em dezembro, rompeu fronteiras e caiu no goto dos laziale. O agora treinador do FC Porto carrega na memória o período que passou no clube biancocele­sti e os tifosi não o esquecem, pelo que, hoje, não serão só os portistas a desejar que o treinador supere a Roma, aliás muitos adeptos da Lázio vão ao estádio apoiar o FC Porto. O JOGO percebeu-o numa conversa que manteve com alguns, que fizeram questão de retribuir o incentivo do treinador na mesma moeda.

Fabio Marcelli, motorista que nos conduziu entre o aeroporto e a cidade onde os portistas jogam hoje a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, foi um deles. De prego a fundo e entre buzinadela­s e protestos com outros condutores, Fabio garante-nos que todos os adeptos da Lázio serão pelo FC Porto. “Agora, somos nós que dizemos ‘Força, Conceição’”, atira, ideia partilhada por Patrizio Pasqualini, diretor do portal LazioPress.it, dedicado, como se percebe, ao clube com o nome da província onde se situa a Cidade Eterna. “Toda a gente quer que o FC Porto domine a Roma e que regresse a casa com a vitória”, assegura.

Apesar de ter rumado ao Parma (2000/01) quando se preparava para iniciar a terceira época na Lázio, envolvido na negociação por Hernán Crespo, Conceição agarrou os laziale logo à primeira. O golo apontado à Juventus, que valeu ao clube romano a supertaça italiana de 1998, ajudou a abrir as portas do coração dos adeptos, mas o que o fez entrar e encontrar um espaço foi mais do que isso. “Ele era um lutador, que dava tudo pela equipa e isso agradava bastante às bancadas”, descreve Fábio, antes de mais uma buzinadela para afastar um veículo que ocupava duas faixas. A Curva Nord, onde ficam os Ultras, até lhe dedicavam um cântico, inspirado no tema “O meu amigo Charlie Brown”, de Benito de Paula. Fábio puxa pela memória quando desafiado por O JOGO a entoá-lo, mas só lá vai com uma ajudinha. “Ah, sim! ‘Ooo Il mio amico Conceição, Conceição ”, começa a cantarolar, antes de soltar uma gargalhada.

Como o tempo não dá tréguas a ninguém, Conceição já pendurou as chuteiras e o cântico deixou de se ouvir no Estádio Olímpico. As saudades dos laziale, porém, permanecem intactas. “Ninguém esquece a forma como ele subia pelo flanco. Ele encontrou um lugar na história e ainda hoje as pessoas dizem que seria necessário um jogador útil como ele”, explica Patrizio, esperançad­o em poder fazer uma entrevista com o agora treinador durante o período em que este estiver na capital italiana. “Seria bom. Temos muitos leitores e ele esteve nos melhores anos da Lázio,ganhan do quase tudo. A Lázio de 1999/00 foi a equipa mais forte do mundo”, afirma, orgulhoso pelo facto de os biancocele­sti terem vencido a Serie A, a Taça de Itália, a Taça das Taças e a Supertaça Europeia. Quem sabe se no futuro Conceição não volta a dar títulos aos laziale. Hoje, porém, só querem que faça uma gracinha contra o arquirriva­l da Cidade Eterna.

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Sérgio Conceição jogou dois anos e meio em Roma, mas na rival Lázio

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