Alerta amarelo
À sombra dos dez jogos que o 19.º da liga espanhola levava sem vencer, o leão deixou-se adormecer e... não foi a jogo. Quando esboçava a reação, viu Acuña expulso
Acunã foi expulso e falha jogo da segunda mão
Keizer: “Houve um pouco de pânico com o golo cedo”
Não foi só Calleja a poupar esforços para o Sevilha, também Keizer deu primazia ao embate com o Braga. Deu-se mal, a toda a linha: não houve pressão, intensidade, criatividade... nem vontade para ganhar Constrangedor. Em suma, foi assim o jogo de ontem do Sporting, que entrou sobranceiro diante de um aflito 19.º classificado da liga espanhola, apostado em fugir aos lugares da descida e a gerir esforços para o embate do fim de semana, com o Sevilha, em que perseguia o regresso aos triunfos que escapavam ao Submarino Amarelo há dez jogos. Ora Keizer, que até concedera a ambição de chegar aos “oitavos” da Liga Europa, também pensou na receção ao Braga ao escalar o onze para o jogo de ontem e procedeu a sete alterações, da baliza ao ataque, passando por defesa e meio-campo. O Sporting entrou sem chama e o modo amorfo como entrou em campo, na altura enfatizado pelo silêncio ensurdecedor que chegava das bancadas, onde as claques assistiram sem reação até ao 12.º minuto, levou a que começassem a entoar... críticas aos jogadores. O técnico holandês concedera essa ambição de seguir em frente na prova, mas defendera que não era uma obrigação. Contudo, foi ontem por de mais evidente que a equipa falhou numa obrigação óbvia: a de querer ganhar o jogo.
O Villarreal surgiu organizado em Alvalade e entrou praticamente a ganhar. Numa transição rápida, Chukwueze meteu Acuña num bolso e serviu Pedraza que atirou a contar logo aos 3’. Os espanhóis, em vantagem, sentiram-se confortáveis perante um Sporting inoperante, sem capacidade de penetração, ocuparam os espaços e geriram o jogo, apostando sempre em transições rápidas que deixavam os homens da casa em sobressalto. A incapacidade de construir jogo foi tal que não foi por uma, nem por duas ou três vezes que foi Coates a pegar na bola na defesa e a sair para o ataque em iniciativas individuais brindadas, então, com aplausos das bancadas, pela revolta contra o marasmo. Ao central uruguaio, juntava-se o inconformismo de Bruno Fernandes – a quem as coisas não estavam, também, a sair propriamente bem – e a irreverência de Raphinha – embora sem grande sucesso, diga-se de passagem. Era muito pouco. Manifestamente insuficiente.
Paragem para o intervalo, reflexão, nova atitude. Seria o que esperar de uma equipa em desvantagem em casa e com aspirações de manter a eliminatória em aberto, certo? Errado. O Sporting foi mais do mesmo e a verdade é que Marcel Keizer, vendo que a equipa nada jogava, nada fazia. Deixou passar mais de uma hora de jogo para passar um sinal à equipa que tinha de reagir. Lançou Wendel por Petrovic, Luiz Phellype por Jovane – que continua a ser um trunfo bem mais eficaz lançado desde o bancodoquejogandodeinício. A dinâmica da equipa mudou, Raphinha deu um golo cantado a Bas Dost, negado por defesa portentosa de Andrés Fernández, e depois atirou ao poste, chegava-se a cheirar o golo dos leões... quando Acuña, amarelado desde os 6’ faz uma falta sem nexo a meio-campo e é expulso.
Morreram aí todas as aspirações que o Sporting ainda pudesse alimentar de recuperar da desvantagem e menos ainda de reverter o resultado. A monumental vaia no final impôs-se e, mesmo que a eliminatória ainda esteja em aberto, o Sporting terá de fazer muito mais.