O Jogo

O PROBLEMA ESTÁ NO REMATE

RENDIMENTO FC Porto marca muito menos em 2019 e a crise no ataque não se explica apenas com a real perda de eficácia, mas também com o menor número de tentativas

- CARLOS GOUVEIA

De uma média de 2,5 golos por jogo na primeira metade da época, o FC Porto passou para 1,7 nos onze jogos disputados desde o início de janeiro. E faz menos 3,4 remates por desafio

Há um FC Porto antes e outro depois da passagem do ano. Aequipaéa mesma, naturalmen­te,re forçada até coma entrada de Pepe, Manafá, Loum e Fernando Andrade, mas a produção ofensiva caiu a pique e isso ajuda a justificar os recentes resultados. Os dragões venceram apenas um( Belenenses) dos últimos cinco jogos e pelo meio perderam a nal da Taça da Liga para o Sporting (decisão nas grandes penalidade­s), vendo ainda o Benfica e o Braga recuperare­m quatro pontos na corrida pelo título muito por culpa da perda de poder de fogo: 1,7 golos em média por cada um dos onze jogos realizados em 2019, contra os 2,5 conseguido­s na primeira metade da temporada (até final de dezembro). Acrescente-se, por exemplo, que o FC Porto já ficou em branco por duas vezes este ano (Sporting e V. Guimarães) enquanto na fase inicial da época só não tinha marcado no clássico com o Benfica.

A explicação não está só na eficácia, como Sérgio Conceição insiste. O FC Porto perdeu sentido de baliza e remata bem menos neste período: 10,4 tiros em média desde o início do novo ano, contra 13,8 antes. Uma diferença de 3,4 remates por jogo, o que é absolutame­nte significat­ivo, tendo em conta que a estatístic­a diz que o FC Porto marca a cada sete disparos que faz à ba- liza. Para complicar, além de menos, o FC Porto remata realmente piore concedem ais oportunida­des ao adversário. Senão vejamos: na primeira metade da época, 44,5 % dos remates portistas foram na direção da baliza dos adversário­s; desde 1 de janeiro a esta parte, apenas 37,5%.

Mas há mais: seja responsabi­lidade ou não da nova fórmula defensiva ou até da ausência forçada por lesão de Danilo, os adversário­s são mais audazes e conseguem rematar bem mais do que as oito vezes que habitualme­nte o FC Porto o consentia por jogo. Agora a média de disparos dos rivais subiu para 10,5 por jogo. O Moreirense fez 13, por exemplo. O Belenenses somou onze e o Chaves dez. E isto só para citar exemplos de clubes de menor dimensão.

Recuperara eficácia no rema- te é um dos maiores desafios para os próximos jogos, a começar já na receção de amanhã ao V. Setúbal. Estar privado do goleador da equipa, Marega, não ajuda. E para complica rum pouco mais a tarefa de Sérgio Conceição, da visita a Roma sobrou ainda a certeza de que Brahimi – terceiro melhor marcador do FC Porto com nove golos – também será baixa. Nesta altura, a responsabi­lidade cai nos ombros de Tiqui-

nho Soares que até tinha o mês de fevereiro como o preferido para marcar. Porém, este ano ainda está em branco nos três jogos disputados, o que tambémcont­ribuiparae­staquebra do rendimento geral da equipa.

Para o jogo com o V. Setúbal nem tudo são más notícias porque o treinador portista já poderá contar com Corona, que falhou a visita a Roma devido a castigo. O mexicano tem a folha disciplina­r limpa no campeonato e entrada diretanoon­ze.Afinal,temsidodos melhores do FC Porto nesta época, com cinco golos e nove assistênci­as (mais uma do que Alex Telles e Otávio). Resta saber quem ocupará a vaga de Brahimi. E há três candidatos: Otávio, Fernando Andrade e Adrián López. Certo é que o ataque vai mudar mais uma vez...

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