Corona volta para servir Soares
Mexicano marcou nos dois jogos que fez contra os sadinos no Dragão e recupera titularidade
Conceição preferiu sublinhar o rendimento da equipa em vez dos resultados e acredita que “a fase da bola à trave, já lá vai”. Pressão? Isso era quando tinha salários em atraso no Olhanense...
Sérgio Conceição referiu-se sempre no passado quando abordou a série de três jogos sem vencer porque está convencido de que ela já acabou. Um dos assuntos do dia foi a pressão, que o o técnico recusa. O Olhanense foi chamado à baila, não gostou e ripostou, em comunicado que ao lado transcrevemos.
O FC porto não vence há três jogos. O que quer ver na equipa neste jogo?
— A análise que a opinião pública faz é aos resultados. A melhor exibição que fizemos fora foi contra o V. Guimarães, mas só se falou do empate e dos pontos que deixámos lá. O que quero ver, no fim do jogo, é uma vitória do FC Porto.
A margem de erro desapareceu...
— Nunca jogámos sentindo que estávamos confortáveis em relação ao segundo classificado ou ao terceiro. Aconteceu esta fase, na qual tivemos 45 minutos fracos, que foram os segundos contra o Moreirense. Na primeira parte, podíamos ter feito golos. Há fases em que a bola vai ao poste e vai parar ao pé de um adversário, outras em que bate na trave e sai e outras em que entra. Temos de ir à procura de, em vez de mandar uma à trave, mandar três ou quatro, pode ser que uma entre.
A diminuição da vantagem não afeta os jogadores?
— Sentia-me afetado quando estava no Olhanense e tínhamos quatro ou cinco meses de ordenados em atraso e jogadores com dificuldades para pôr comida em casa. Nunca me sinto afetado quando preciso de arranjar soluções e de trabalhar para ganhar os jogos. Isso não me abala. A pressão que sinto é de vir todos os dias treinar e de dar o melhor aos jogadores para ganhar jogos. Estávamos a sete pontos porque os adversários perderam nesse trajeto. Aconteceu esta fase connosco e estamos à frente. Dependemos só de nós, convém lembrar isso. Vamos fazer de tudo para que, no fim, em maio, se façam as contas e que estas sejam para o nosso lado.
Quando fala desta fase, fá-lo sempre no passado...
— Mal de mim se estivesse aqui a pensar que ia acontecer alguma coisa de negativo. Mas atenção, pode acontecer. Há três resultados possíveis e já vi muita coisa no futebol, mas acredito e estou convencido de que essa fase da tal bola na trave já passou e que amanhã [hoje] vamos fazer um bom jogo e ganhar. Principalmente, ganhar.
Desde a chegada de Pepe, e com Militão à direita, o FC Porto sofre mais golos. A consistência defensiva ficou afetada?
— Isso são histórias da carochinha. Quando o Pepe chegou, ouvi os mesmos comentadores que agora questionam o Militão à direita, dizer que o FC Porto ia ter o sector defensivo mais forte da Europa. Agora já não é assim. O Pepe chegou numa altura em que o Maxi se lesionou. Não agarrei num jogador que fez cinco meses a central e meti-o de um momento para o outro a lateral... Tudo aqui é estudado ao pormenor. Mas prefiro que nos debates se discuta sobre se o FC Porto deve jogar com um sistema de três centrais, se Militão deve jogar à direita ou não, do que se fale em toupeiras ou em coisas desse género. Acho engraçado os treinadores de bancada, de computador... Se o Militão joga à direita é porque eu entendo que o FC Porto é mais forte dessa maneira.