O Jogo

Manafá teve estreia de eleição Somou mais do dobro dos cruzamento­s e 100% de eficácia no drible

Danilo recusa folga para começar a recuperar: lesão não é grave e deve recuperar para as decisões Reforço de inverno bateu aos pontos as médias de Corona, Maxi e Militão

- ANDRÉ MORAIS

Índices defensivos ficam para mais tarde, porque o V. Setúbal não chegou para que o ex-Portimonen­se se mostrasse atrás. Com o flanco livre, foi até mais procurado do que Alex Telles

O sexto lateral-direitodoF­CPortoem20­18/19 entra diretament­e para o topo no que aos índices ofensivos diz respeito. Calma. Wilson Manafá fez apenas um jogo como titular, mas deixou a promessa de poder resolver, de uma vez por todas, a rotativida­de na posição. Um jogo será sempre uma amostra curta e o ex-Portimonen­se precisa de mais, sobretudo de adversário­s que o “puxem” para trás. O V. Setúbal foi quase inexistent­e a esse nível e Manafá atacou que se fartou. E com a qualidade que os números acima descrevem: no passe, no passe para a frente, na qualida-

de do drible, no volume de cruzamento­s e até nos duelos individuai­s que forçou para levar os dragões para a frente. Fez mais e melhor do que a média dos outros laterais-direitos que o FC Porto utilizou na Liga (João Pedro e Mbemba só jogaram nas Taças), mas, repetimos, é mais fácil conseguir números desta grandeza num jogo contraoV.Setúbal,doquenaméd­ia acumulada, sendo que Maxi e Corona defrontara­m, por exemplo, os outros candidatos ao título. O caso de Militão é diferente: o brasileiro conta quatro jogos no campeonato como lateral e nenhum contra um rival direto dos dragões. O número total de ações por jogo e o acerto global nessas é o parâmetro que melhor resume a nota de eleição que Manafá tirou no primeiro exame a sério (os 10 minutos anteriores, com o Belenenses, foram para aquecer). São mais 15 ações do que Militão e quase mais 30 do que Corona. Os seis dribles acertados em seis tentativas são um recorde de um lateral portista e na eficácia de passe, Manafá também se destaca, quer no acerto geral, quer na percentage­m de eficácia apenas nos passes para a frente. Neste capítulo, até Maxi (o que em teoria menosarris­ca),oluso-guineense supera. É no risco que o reforço de janeiro mais gosta de jogar. E forçou 11 duelos ofensivos, ganhando oito, o que também é altamente meritório. A seu favor tem ainda o facto de ter perdido apenas seis bolas e todasnomei­o-campodoadv­ersário, o que agrada a qualquer treinador e a todos os colegas. Manafá recebeu 50 bolas, mais 14 do que Alex Telles, o que diz bem da confiança de todos.

Ricardo Pereira: o que distingue o antecessor?

A melhorar, apenas a direção dos cruzamento­s, que tentou em número superior ao máximo da I Liga (Alex, do V. Setúbal, cruza 6,6 vezes por cada 90 minutos), mas o que se destaca também é a quantidade de bolas que colocou na área. Além das já descritas, ofereceu dois remates/ocasiões aos colegas: um a Corona, outro a Soares. Esse era um parâmetro que distinguia Ricardo Pereira em 2017/18. Os números de Manafá vão, no grosso da análise, além dos do antecessor. Mas não no número de entradas na área, nos remates tentados e nos oferecidos. Ainda assim, o agora jogador do Leicester é o “alvo a bater”, pois está um passo à frente do que Corona, Militão ou Maxi vinham a fazer. E é o mais homogéneo se o balanço incluir também os índices defensivos. A seu tempo...

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