O Jogo

Abel Ferreira “Quando se tem um abre-latas fica tudo mais fácil”

Treinador admitiu que o Sporting fez por merecer a vitória, apontando, porém, a capacidade de o rival ter Bruno Fernandes como um obstáculo difícil de ultrapassa­r pelos minhotos

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O comandante arsenalist­a garantiu que a derrota em Alvalade “não belisca” a excelente caminhada da equipa e prometeu que esta ainda vai crescer por entre a “pressão positiva” das contas do título

Frontal e sintético na análise ao jogo disputado no Estádio José Alvalade, Abel Ferreira não teve problemas em admitir a justiça da vitória de um Sporting que conseguiu ser “superior” ao Braga à boleia da arte de Bruno Fernandes, um jogador que lamentou ser inacessíve­l à sua equipa e cuja qualidade ajuda a explicar o desequilíb­rio que ainda existe entre os minhotos e os três grandes. “Temos de reconhecer que não estivemos, quer coletivame­nte quer individual­mente, ao nosso nível e que o Sporting foi mais forte. Sabíamos que se tivéssemos bola podíamos intranquil­izar um adversário que ia entrar forte, mas não correu bem. Depois, entrou em ação o Bruno Fernandes. Com um abre-latas deste nível tudo fica mais fácil. Nós não temos um único internacio­nal A no nosso plantel. Foi ele que desbloqueo­u o jogo. Depois, o segundo golo é uma falha numa situação em que somos fortes e o terceiro é só caricato”, analisou o técnico do Braga, revelando que o novo 3x2x4x1 de Marcel Keizer também ajudou a “baralhar as contas” dos minhotos.

Garantindo que o desaire de ontem vai servir de lição à sua equipa para o futuro, Abel sublinhou que esta nova derrota frente a um dos grandes – já perdeu com Benfica e FC Porto na presente edição da liga – não pode beliscar a “grande caminhada” que a sua equipa tem feito esta temporada. “Tudo nos ensina. Queríamos entrar forte e pressionar o adversário, que vinha de um resultado adverso, mas, por mérito do Sporting, não conseguimo­s alcançar esse objetivo. Agora, vamos perceber o que corrigir e melhorar. A derrota não coloca em causa tudo o que tem sido feito, porque nada pode beliscar o nosso trabalho. Tenho é de continuar a valorizá-lo”, disse.

Confrontad­o com um desaire que pode servir de “travão” ao sonho do título, o treinador dos arsenalist­as recordou que os objetivos do Braga passam por fazer melhor do que a época transata, mas, perante a insistênci­a dos jornalista­s no tema, voltou a referir-se, ao de leve, às diferenças de orçamentos entre a sua equipa e os restantes candidatos à conquista do campeonato. “Vocês é que nos colocam essa responsabi­lidade porque jogamos sempre para vencer. Estamos nesse patamar por direito próprio e alimentamo­s essa ideia. Gostam muito de entregar o título logo em dezembro, mas ainda há muitos jogos e pontos para discutir. Estamos intrometid­os nessa luta e gostamos dessa pressão positiva que nos colocam, até porque desafiar os melhores é o que nos faz crescer. Nós temos um sonho e este alimenta a vida, agora se o vamos conseguir não sei. Temos é de estar focados e falar quando as contas estiverem encerradas. No entanto não sou eu que vos vou falar das diferenças, porque nós temos de ajustar as velas a favor do vento. Vocês são pessoas inteligent­es”, rematou o treinador do Braga.

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Bruno Fernandes fez a vida difícil a Claudemir e outros e ganhou elogios de Abel

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