O Jogo

PESADELO CHEIO DE LÁGRIMAS

Dez minutos iniciais de desacerto português e de eficácia espanhola embalaram o troféu para as castelhana­s

- JOÃO MAIA

O primeiro Campeonato da Europa de Futsal Feminino tinha tudo para ser um sonho tornado realidade para Portu- gal, mas acabou num pesadelo afogado em lágrimas e desilusão. Dez minutos iniciais completame­nte desequilib­rados entre duas equipas que se costumam equivaler fizeram o troféu ir para o país vizinho. A Seleção Nacional saiu vergada com uma goleada por 4-0 e, embora a Espanha tenha feito mais para sair vencedora, a diferença de números acabou por ser tremendame­nte injusta para as lusas que tudo fizeram para marcar, mas a guarda-redes Silvia Aguete tapou todos os caminhos da baliza e fez ruir qualquer esperança numa reviravolt­a que pudesse existir.

Os tais dez minutos iniciais foram terríveis para Portugal. A Espanha entrou muito melhor e mais confortáve­l ficou ao marcar, embora Carla Vanessa tenha, aos dois minutos, acertado na barra, num disparo que ainda tocou numa jogadora espanhola. Contudo, tudo começou a mudar aos quatro minutos quando May te tabelou com Berta Velasco e finalizou dentro da área para o 1-0. Pouco depois, um erro tremendo de Sara Ferreira, que rematou a bola contra Isa Garcia, colocou o esférico nos pés de Anita e a capitã espanhola não tremeu e aumentou para 2-0. Portugal errava passes, parecia nervoso e mal conseguia ligar jogo algo que estava a desequilib­rar – e de que maneira – a final. Para piorar, as portuguesa­s também tinham razões de queixa da arbitragem, especialme­nte da russa Irina Velikanova que, aos 10’, não viu um canto a favorecer Portugal, deu reposição para Espanha e, nesse lance, Inês Fernandes cometeu falta que Amelia Romero disparou para o fundo das redes: 3-0 e o título parecia uma miragem.

Portugal tentou reagir e os cinco minutos finais revelaram melhorias e trouxeram as melhores oportunida­des para as lusas, ambas nos últimos se-

gundos do primeiro tempo, por Janice Silva e Sara Ferreira, mas as castelhana­s mantiveram a coesão que transpuser­am para toda a segunda parte. A Seleção Nacional até entrou pressionan­te, e acreditou que podia dar a volta ao texto. As ocasiões surgiram em catadupa, mas Silvia Aguete parou os remates de Janice (24’), Sara Ferreira (28’), Pisko (31’) e Ana Azevedo (32’). Luís Conceição avançou Pisko para guarda-redes avançada (34’), mas a estratégia não funcionou, a Espanha ainda fez o 4-0 e tudo se decidiu. No final veio a tristeza, embora tenha ficado a certeza plena de que o futsal feminino saiu muito a ganhar e que haverá mais oportunida­des nos próximos Europeus.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal