“Não vou fugir à responsabilidade”
Amaro Antunes vai liderar uma equipa World Tour na Volta ao Algarve, onde foi o último português a vencer uma etapa. Quer repetir
Aposta dos polacos da CCC para a Algarvia, o corredor de Vila Real de Santo António aponta Enric Mas e Fabio Aru como favoritos, sem esquecer a habitual apetência da Sky para ganhar em Portugal
Foi na Volta ao Algarve de 2017 que Amaro Antunes, então com as cores da W52-FC Porto, colocou ponto final num longo jejum de vitórias portuguesas. Desde o triunfo à geral de João Cabreira, em 2006, que nem etapas os ciclistas nacionais conseguiam ganhar até essa fantástica subida ao Alto do Malhão, que ainda hoje emociona o algarvio, impulsionado pelos aplausos do público até à vitória. Depois de um ano de ausência, regressa com responsabilidade acrescida. Além de ser um dos favoritos para a etapa-rainha, é o líder da CCC, uma das 12 equipas World Tour presentes. “Não vou fugir a essa pressão. Sei que tenho algumas responsabilidades e o meu foco estátambémdirecionadopara essa etapa, mas eu gosto de gerir as corridas avaliando as sensações dia a dia. Sou um dos favoritos no Malhão e isso deixa-me satisfeito, mas prefiro viver uma etapa de cada vez”, considera Amaro.
A subida ao Alto do Malhão, curta e exigente, com 2,5 km e inclinação média de 9,9%, é a “etapa crucial” da Algarvia, assegura o líder da CCC, que lembra ser um “percurso mítico, conhecido por toda a gente, inclusive no panorama internacional”. A sua vontade é “repetir o triunfo de há dois anos, mas a prova tem cinco etapas”, realça.
A Volta ao Algarve tem sempre grandes corredores e os mais cotados para discutir a vitória no Malhão serão Enric Mas, pelo seu valor e na sequência do estágio que a Quick Step efetuou no Algarve, “para reconhecer o percurso e apresentar-se com muita ambição”, e Fabio Aru, que não quererá desperdiçar a ocasião de lutar por um lugar cimeiro. “Cada equipa terá um homem para discutir a corrida”, resume, lembrando a apetência da Sky para brilhar nas estradas portuguesas, tendo quatro vitórias em sete anos. “De La Cruz e Wout Poels são as principais apostas”, diz.
“Um ciclista que se defenda bem na Foia e no contrarrelógio e que seja favorito no Malhão é bem capaz de fazer a diferença. Creio que não irá fugir muito disto”, releva Amaro, destacando os “puros tre- padores” como candidatos.
A Volta à Comunidade Valenciana foi a corrida de preparação do corredor da CCC. Foi 28.º, o que “acabou por ser positivo, tal como o balanço coletivo, já que ganhámos uma etapa, através do Van Avermaet, e eu senti-me sempre bem”. Agora, promete apenas “mostrar ambição e fazer uma boa figura”, com uma confissão:“Éprincipalmenteimportante para mim.”
Depois de um ano de experiência no nível Pro-Continental, durante o qual ganhou a Volta a Malopolska, este marca a sua entrada no World Tour. As siglas CCC mantêmse, mas o cenário mudou radi- calmente. “A nível de estrutura e de organização não há comparação. Estamos rodeados de pessoas com uma experiência incrível, que faziam parte do staff da BMC [a equipa que se “fundiu” com a CCC Sprandi,dandoorigemàdenominação atual]. As condições são brutais e estou encantado por integrar este projeto! Quero corresponder com bons resultados”, prometeu Amaro, que depois correrá no ParisNice, País Basco, duas clássicas e o Giro de Itália. “Estou focadonascorridasmaispróximas, mas é claro que participar no Giro mexe com qualquer um. É algo que ambicionava há muito”, termina.
“Sou dos favoritos no Malhão e isso deixa-me satisfeito, mas prefiro viver um dia de cada vez” “Ir ao Giro mexe com qualquer um. É algo que ambicionava”
Amaro Antunes
CCC Team